segunda-feira, 6 de abril de 2015

Barca Nova+Tomáz 2015

Texto de Pedro Ribeiro:
"Durante a volta da passada sexta o Daniel pediu-me um relato. Nem disse que sim nem que não. No final não aconteceu nada de extraordinário e já estou a gastar o tempo e a imaginação a pensar na próxima empreitada pelo que não me apetece muito escrever. Mas vou contar algumas coisas. Primeiro que estava confiante depois da última saída o que me levou a até nem reclamar do ritmo que o Daniel levava, ele que já trazia 4km de aquecimento de casa enquanto o meu corpo ainda fazia os primeiros movimentos do dia. Estava disposto a esforçar-me e assim o ritmo até à Portela de Vade foi suficientemente vivo para lá chegarmos com uns pouco habituais para início de empreitada 27km/h de média. Pelo meio encontrámos os “bebados” (segundo o Daniel) em Braga mas eles tinham o objectivo deles e nós o nosso. Foi com agrado que, após uma paragem em Vade, ouvi o próprio Daniel sugerir que agora seria melhor baixarmos o ritmo. Descemos metade da estrada habitual, em direcção a Pt da Barca, e virámos finalmente à direita, para as estradas secundárias e, esperávamos nós, interessantes. Não tardaram a aparecer as primeiras dificuldades e também os primeiros ganchos de estrada que queríamos fotografar. No entanto a subida durou pouco e o que se seguiu foi uma muito inclinada descida que não me lembrava de ter desenhado no mapa e que nos levou quase até à cota de Pt da Barca. Tinha entretanto alertado o Daniel para a grande dificuldade do dia, a “irmã mais nova de Germil” que poucos conhecem. Só que o que se seguiu não lhe ficou atrás, antes pelo contrário. 5km a 10% que tinham tanto de bonito como de duros. Curioso como a ilusão de óptica fazia com que a estrada à nossa frente nem parecesse muito inclinada, fazendo-me olhar diversas vezes para as rodas para confirmar que nada me ia a travar. Algumas paragens para fotos, nos agora famosos ganchos, e lá acabámos por desaguar o nosso suor num planalto edílico onde uns kms mais à frente acabámos por parar num café já conhecido onde, além da lampreia, havia pelo menos dois fartos motivos de interesse. A subida anterior deve ter sido bem desgastante pois mal abordámos a primeira ninharia com inclinação positiva ambos nos queixámos de pernas que pareciam coladas. Mais à frente tivemos também o primeiro troço de calhau e mau caminho, um “must” nas últimas saídas. Talvez por isso, ou talvez por azar, ou ainda porque estávamos num local que se chama Caçapedro, tive mais um furo. Descemos para Barral para então abordar a “irmã mais nova”. Colocámos o equipamento de Verão e abordámo-la. Porque a conhecia e porque não estava muito bem tratado dos 5/10% anteriores abordei-a com muita calma e foi com agrado que acedi ao pedido do Daniel para seguir ao seu ritmo. A última coisa que precisava naquele momento era de tentar seguir um tipo 15 anos mais novo e 15 kilos mais leve. Sendo para aí a 4ª vez que a subo sei que nunca vai ser mais fácil mas sei também que, com paciência, mais tarde ou mais cedo acaba. Cheguei a Mixões uns minutos depois do Daniel, que entretanto ia tirando umas fotos à igreja de arquitectura duvidosa, mas cheguei. A descida para as bandas de Terras de Bouro também foi original. A certa altura tal era a inclinação e o estado do piso que julguei que teria de desmontar (se conseguisse travar a bicicleta…). Admirem-se que um dia destes, num acesso de estupidez, alguém se lembre de tentar escalar aquilo. Quase em Terras do Bouro o percurso que havia criado mandava-nos acompanhar a margem direita do Homem. Mesmo em Valdréu divergimos para a direita, apesar da desconfiança do Daniel mas que desta vez não se atrevia a contestar o guia. Estradas novas e agradáveis que nos levaram a cruzar o Homem apenas muitos kms à frente, na Ponte de Rodas, às portas de Caldelas. Por esta altura o meu corpo começava a acusar seriamente o cansaço acumulado e, talvez, a falta de habituação ao calor. Mais uma paragem em Caldelas veio mesmo a calhar. A ligação de Caldelas a Amares é fácil e foi por isso feita a bom ritmo. Faltava decidir o caminho de Amares a casa. O que nos tinha levado a sair de casa estava feito portanto era-me indiferente dali para a frente. A mim não me apetecia subir de Monsul para a Póvoa de Lanhoso, ao Daniel não apetecia subir para a Sobreposta, acabei por sugerir a estrada da Ponte do Porto para Braga, algo que já não fazia há muitos, muitos anos. Não me lembrava bem dos pormenores. Lembrava-me que tinha umas subiditas e uma subida maior depois duma viragem à esquerda. Julguei que há 12 anos atrás, para aí a última vez que tinha lá passado, não estaria em grande forma e que se calhar aquilo até era fácil. Se é realmente fácil ou não, não sei. O que sei é que estava tão cansado… “Sentei-me” na roda do Daniel, pedi-lhe desculpa e disse para não contar muito mais comigo para trabalhar na frente. Atravessámos Braga, apanhámos a estrada de Guimarães mas propus ao Daniel separar-me dele. Ele iria pelas Taipas e eu por S. Cosme. Na verdade o que queria era ficar sozinho e, se me apetecesse, dormir numa valeta. Pensei ainda que depois do furo tinha ficado sem câmara de reserva e que podia furar e ter de pedir resgate. Mas logo deduzi que nunca iria furar. Seria necessária muita sorte para arranjar essa excelente desculpa para ser resgatado. Assim conformei-me em parar numa estação de serviço para beber um guaraná, cerrar os dentes e cumprir os kms restantes até casa. Pousei a bicicleta e sentei-me nas escadas a gemer. Tomei um banho e sentei-me um pouco, passados instantes dormia. Cheguei à conclusão que me tinham sido delapidadas as forças. No dia seguinte, Sábado, peguei na BTT para tentar fazer uma volta de recuperação. O ritmo a subir era digno duma senhora na 3ª idade. Já há uns tempos que uma volta não me deixava assim desgastado. Ou seja, tinha cumprido um objectivo: empenar com distinção. PS: acabei por escrever mais que o que planeava."
 
 
 

Já no passado sábado foi dia de ir ao Tomaz apanhar a bebedeira anual que serve de preparativo para as festas pascais!! De manhã fui andar com o Hugo e o Paulo Yuri  numa volta que nos deixou bem empenados mas com muito apetite e sede acima de tudo. Foi um dia bem passado :)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Regresso do Manicómio

A meio da semana havia tido uma conversa privada com o Pedro Indy e chegamos à conclusão que tinhamos a mesma ideia para uma volta. Ao que parece era tudo em comum, coisa pouco habitual entre nós, pois por norma ou vamos pela ideia de um ou de outro. Assim pelo menos não havia aquela situação de dizer que "...se eu sabia..."
O Freitas mostrou-se disponível para o dia todo e por isso alinhou juntamente com o Tico que ficou até à ultima a tentar decidir se queria empenar ou não, visto que à saída de casa já antecipava o que lhe esperava!
Mais uma vez o dia não prometia ser muito quente e o vento fazia sentir-se, como em toda a semana aliás, e decisão pela roupa a escolher foi difícil. Optei por ir quente já que da ultima vez tinha sofrido um bocado e não estava pra pedir roupa a ninguém!

O caminho traçado levava-nos até Ponte de Lima pela dita estrada normal, mas até lá tivemos direito a uma peripécia. Duas pra dizer verdade! A primeira é que bem antes de Braga o Pedro teve um furo. Vamos a ver e o pneu estava gasto, ou como diz o Freitas, "já tinha barba". À uns dias tinha sido o Hugo que tinha saído de casa com um pneu todo "barbudo" e agora era este sr!! Só tive pena do homem e da situação porque ele alegou que tinha metido o dito à pouco tempo e imaginava que tivesse garantia de dois anos por isso havia de durar esse mesmo tempo. Resolvida a situação fomos ao ritmo que o vento deixava, com uma paragem numa loja pra comprar uma borracha nova, mas sem sucesso! Seguimos sem medo, alguém havia de nos resgatar.
Passamos Ponte de Lima e começamos a subir em direcção a Valença na N201. O vento estava a fazer das suas e para manter uma velocidade acima de 15klm's hora não era fácil mas prevaleceu o trabalho de grupo e conseguimos vencer o obstáculo que termina com a passagem por cima da A3! Entretanto começamos a descer e o Pedro sugeriu ir visitar a casa onde havia vivido Aquilino Ribeiro. Não havia nada de interessante por lá, parecia mais uma casa velha e mal estimada apesar da história que carregava. Com surpresa o único habitante lá era um cavalo bem bonito que se alimentava das ervas existentes no local.
Durante longos klm's a estrada foi rompendo as pernas e cruzando os famosos Caminhos de Santiago. O Freitas ainda sugeriu uma paragem para comer uma sandes de presunto mas foi rejeitada por maioria. Dali até termos a hipótese de comer alguma coisa passaram mais duas horas!

Em Gondim finalmente saímos de uma nacional para nos dedicar-mos às municipais! O piso mudou logo para uns metros de paralelo de boa qualidade, mas serviu logo para comissão de boas festas.
Mais uma viragem à esquerda e estávamos no interesse do dia. Uma subida sugerida pelo David Almeida que é da zona e vai descobrindo uns petiscos! O zig zag da subida chamou-nos à atenção e até testarmos não iríamos descansar.
A temperatura subiu bastante e durante uns klm's fomos a ferver por lá fora!
A subida não tinha partes muito duras, mas tinha este e aquele gancho que nos faziam levantar o rabo porque tinha mesmo de ser. Aos poucos fomos ficando espalhados pela estrada, o Tico claramente em dia não vinha resignado/arrependido/desgraçado com o esforço que estava a fazer! Desta vez tive pena dele, notava-se um esforço extra e já não conseguiu andar de pau do ar todo o dia como havia conseguido à umas semanas.
O Indy vinha mais atento aos buracos e ao seu pneu barbudo do que própriamente à dureza da subida. Ainda assim sugeriu uma subida extra à capela de São Silvestre.
Aqui quase no final da subida, mas com o Freitas atrás de mim que é lá o seu lugar!!
Os locais pensavam que era um miradouro, mas afinal aquilo tem uma capela, diria eu que são duas até mas é preciso um esforço bom para lá chegar. Aquele quilómetro raramente baixa dos 10%.
Umas fotografias e um lamber de feridas do que tínhamos para trás e o que nos esperava.
Mais uma vez tinha o trabalho de casa feito e havia reparado em algo que nos traria uma bons momentos de risada!
Um antigo sanatório serviu durante longos minutos para nos alegrar e fazer as mais diversas fotografias! Em boa verdade cada um de nós havia de ter passado aqui uns dias...
De regresso à normalidade a estrada trás-nos a Paredes de Coura. Com alguma distracção passamos os cafés e voltamos a ficar isolados na estrada, desta vez em direcção a Arcos de Valdevez pelo bonito parque do Corno do Bico! Uns klm's à frente lá conseguimos fazer uma paragem e comer umas sandes bem servidas. Daí pra frente foi sempre a dar ao pedal durante muito tempo até aos Arcos, na maioria a estrada era descendente.
Depois não há muita história para contar. Se fosse em dia longo, muito longo, ainda tomaríamos outro caminho para casa, mas como a hora ainda era normal seguimos para Ponte da Barca, Portela de Vade, Prado, Braga, Taipas e finalmente estaríamos em casa com mais de 200klm's feitos e um acumulado superior a 3700D+.
Finalmente o corpo começa a gostar mais de novo dos números mais apetitosos e redondos!
Nota ainda para o Paulo Porfirio e o Alexandre Carmo que se juntaram a nós perto de Braga e nos desgastaram até casa.
Quase me esquecia. O pneu aguentou o resto do dia e o Tico afinal não empenou assim tanto como era esperado!!!