Muitos podem pensar que também já foram ao dito, mas talvez não. Que eu saiba apenas duas pessoas tiveram acesso a ele, tendo eu que esperar 27anos e uma boa oportunidade para o conseguir!
A prova que poucos lá estiveram é que nem sabem o que é.
Os que pensam e dizem que já foram ao Pito andam enganados. O Pito não tem vegetação e muito menos é quente. O Pito é inóspito, é gelado e o dinheiro não facilita o acesso a ele.
Alguns pensam que é um local que fica num buraco, errado. Ir ao Pito doi, especialmente na primeira vez quando não se sabe no que nos vamos meter.
O Cabeço do Pito. E eu fui lá, suei muito mas fui!
Pensei e lembrei-me deste local na noite de consoada enquanto esperava com a família que a seia estivesse pronta! Com o computador à frente, rato na mão e Vinho do Porto a acompanhar, fui bebendo enquanto me embrulhava nos mapas e na pesquisa.
Primeiro procurei onde era o tal Pito...Encontrei e comecei a desejar ter acesso a ele desde então!!
Entretanto o vinho terminou e a ida ao Pito estava pronta para ser executada. Restou esperar por uma aberta...Do tempo!
Foi hoje. Levantei-me cedo e fui para Arcos de Valdevez.
8:30h arrancava com uns míseros 4graus. Segui em direção a Cabreiro, estrada que já tinha passado à uns anos mas da qual não tinha recordação alguma. Diga-se que até à dita aldeia a N202 apenas serviu de aquecimento e diversão, desta vez feita por uma Zundap que com o seu escape "trabalhado" se fazia ouvir bem longe!
No horizonte conseguia perceber que a minha ida ao Pito podia ser molhada e corria o risco de lá estar e nem o ver...Averbamos!
A beleza da estrada começava a revelar-se.
Depois de Cabreiro entrava em terreno totalmente desconhecido mas sempre acompanhado pelo Rio Vez!
Aproximava-me então de Sistelo. Já sabia ao longe da sua existência porque era dia de festa e os altifalantes não deixavam ninguém dormir com as musicas pimba que se faziam ouvir!
Sistelo prometia uma subida, e assim foi até Portela de Alvito onde desci a boa velocidade até virar à direita para Real.
Desci até à capela do Sr dos Passos.
Depois da capela, subir...
Durante a subida num antigo campo de futebol....A primeira frase está divinal!
Entrava então no verdadeiro emaranhado da montanha onde o frio se fazia sentir e o Outono tinha trazido umas belas cores a este Inverno que estamos a viver! Por estas horas estava complicado pedalar porque os olhos pediam fotos para mais tarde recordar.
Bastou dizer: "oh linda".... E ela pousou para a foto!
Não estava fácil conseguir ver mais que 10metros à frente mas a certo ponto....
Fiquei por cima dele...O nevoeiro! Começava então a pensar que poderia ver o Pito!
Com locais assim fui pensando que isto um dia vai merecer uma visita com rodas mais grossas!
Passava a barreira dos 1000m's altitude agora. Em 10klm's subi quase 850m's de altitude!
Ainda não tinha chegado ao destino mas as sensações já me percorriam o corpo. Adorei esta imagem.
Afinal o afamado e desejado Pito não estava ao alcance destes meus pneus. Vinha preparado psicologicamente para fazer btt, mas não dava mesmo para tocar no Pito. De qualquer maneira estive lá e adorei ter sentido o seu toque no meu corpo!
Segui então viagem com um sorriso no rosto passando pela linda Branda de Aveleira.
Até este belíssimo entroncamento foi rápido onde parei para comer e apreciar um belo bosque de coníferas...Hoje o dia era para isto!!
Linda? Não. Lindíssima esta estrada!
Pouco à frente estava em Lamas de Mouro onde virei à direita para Castro Laboreiro.
Eram 7klm's que passaram rápido apesar de serem a subir e com retas enormessssss!
Em Castro Laboreiro passei devagar e parei para umas fotos. Em cada casa há uma placa a indicar que por ali se vendem os famosos cães da raça. Vi alguns e metem respeito!
Na vila podia seguir a estrada principal para Entrimo, mas imaginei que seria aborrecida. Decidi, ou o vinho da noite de consoada, seguir por uma estrada secundária. Não me arrependi nada. Pelo menos até um carro se cruzar comigo e me pedir umas informações. Estariam perdidos e diziam que aquela estrada não tinha saída. Fiquei branco porque de onde eu vinha desciaaaaa. Dar a volta não estava nos meus planos de maneira alguma!
Após alguma conversa e consulta no meu gps esclareci-me e então expliquei aos forasteiros o melhor caminho.
Tal como eu disse atrás, não me arrependi da escolha. Este pedacinho de alcatrão fez-me pensar que da próxima vez que planear um percurso, vou fazer-lo com vinho a acompanhar!
E quando se anda por estradas destas, encontram-se placas destas pouco industrializadas!
Daí até chegar à Albufeira do Lindoso foi rápido. Encontrei então a estrada aborrecida que me levaria à barragem.
À chegada a Lindoso parei para comer e encher água. Esta paragem levou-me a ver que tinha cortado um dos pneus, novos por sinal, e que a câmara já estava a sair um pouco pelo corte.
Azar e dos grandes. Tinha uma ideia para o meu percurso, mas não a executei com medo de que aquilo rebenta-se e se precisa-se de ajuda iria ser difícil explicar onde me encontrava. Segui então até Ponte da Barca e daí para o carro, sempre a velocidade mais moderada.
Passava pouco das 15h quando trocava de roupa para vir embora.
Adorei ter ido ao Pito, recomendo que o façam porque ele merece a vossa visita e para quem desejar aqui fica o
track do Pito.
Houve um erro ali no gráfico, mas para as contas ficam ainda assim uns belos e empenantes 134klm's com 2600m's acumulado.