Este foi o titulo escolhido pelo Jorge para esta "operação", como se diz na televisão sobre os jogos de futebol. O local escolhido foi a Serra da Peneda já por nós visitada apartir do mesmo local em 2009.
Muitos klm's depois e com outra experiência adquirida voltamos lá para verificar se as pedras ainda se encontravam no mesmo sitio mas desta vez com 17 Kézias!
A expectativa criada foi bastante sobretudo com os avisos da dureza que aqueles terrenos trazem aos nossos corpos e que poderiam trazer a palavra "empeno" ao mais preparado! A previsão seriam 75klm's com 3400m's acumulado. Havia também um plano B para o caso de algo acontecer! Sendo assim arrancamos de Cabreiro perto das 9h depois de andarmos um pouco às voltas para lá chegar devido às obras nas estradas.
O percurso começava com cerca de 6klm's de alcatrão a subir para aquecimento das pernas em direcção a Lordelo, passado pela capela da Senhora das Necessidades. No topo virávamos à esquerda para o estradão que nos levaria a locais de excelência como vão puder ver.
Devido ao grupo ser numeroso marcamos alguns pontos para ir reagrupando tornando mais fácil o controlo das horas e do cansaço de alguns, que não se veio a registar.
Tínhamos marcado um primeiro reagrupar neste ponto da subida, o local é maravilhoso para um piquenique mas desta vez foi só para um pequeno reforço ao estômago que fizemos. Neste passeio tive que ir fazendo de bicicleta vassoura, muito por culpa de um erro meu ao colocar o track no gps que me deixou sem o track acidentalmente e confinado aos últimos lugares de castigo.
Depois de arrancarmos estávamos já perto dos 1300m's altitude quando a chuva nos começou a fazer companhia... "Isto estava a correr demasiado bem" era o pensamento que invadia as nossas refrescadas mentes! Contudo conseguíamos avistar algumas clareiras de sol que nos davam algumas esperanças e também belas imagens.
Quando cruzávamos a Nascente do Rio Vez começava a cair granizo e trazia-nos um semblante triste aos nossos rostos pois estaríamos nuns dos pontos piores para isso acontecer. Foi um pouco custoso fazer a descida até São Bento do Cando, passando antes pela branda do Couto do Penedo.
Lembrava-me aqui e comentava com o Silva que no passado este local estava completamente queimado, mas mesmo assim passado 3anos ainda havia restos negros na paisagem...Apesar de ainda estar em convalescença a natureza recuperou bem!
À passagem por São Bento do Cando fomos lambendo feridas e aquecendo o corpo como podíamos...
Para aquecer nada melhor que uma subida até ao entroncamento em Gave onde paramos para fazer uma refeição um pouco maior. Ao estar parados aquele bocado de tempo o frio estava a consumir-nos o pouco calor conseguido com a subida, pelo que não conseguimos estar ali muito tempo. O vento também fazia das suas....
Voltamos à estrada e à passagem pela Bouça dos Homens a chuva regressou, com ela vinha o vento que trazia à sua frente cerca de 5graus de temperatura. Ficou insuportável pedalar com aquele tempo e após uma breve conversa decidimos que seria penoso cumprir o objectivo de ir à Senhora da Peneda e para além de penoso era arriscado porque a pedra molhada concerteza ia trazer alguma necessidade de curativos. Prevaleceu o juízo e seguimos o plano B por um trilho novo para nós e que para quem o projectou era um misto de desconfiança e de confiança no mesmo!
Começamos então a pedalar até encontrar o novo caminho que passava pela represa de Lamas, mais um local muito bonito.
Ao longe avistávamos e imaginávamos a quantidade de chuva que estaria a cair....Já não me sentia com o gosto amargo em não seguir até à Sra da Peneda!
Entretanto ao passar na capela da Sra da Guia avistamos um café e não podia ter vindo em melhor hora, servindo para nos aquecer a alma e o corpo com um café e algum calor da lareira.
Voltamos ao trilho descendo até cruzar o Rio Vez....Encontramos uma branda com casas completamente restauradas em que ficamos algum tempo a admirar as obras e a perguntar-nos de quem seriam tais casas e se as poderíamos utilizar se um dia quiséssemos, mas como não havia transeuntes não conseguimos esclarecer as duvidas!
O carreiro parecia ser bem giro e rolante. De vez em quando tínhamos uns portões para abrir e seguir caminho....Outras vezes as fechaduras eram demasiado complicadas que usávamos outras opções.
Depois o caminho complicou um pouco...
Depois um pouco mais....
Ao fim de meia hora de caminhada parei e informei os presentes que tinham cerca de 15minutos para me bater e que eu não ia oferecer resistência! Foi-me dito que estavam a gostar da caminhada e que ia sair impune desta vez! Algumas vozes diziam ainda que durante a semana andaram a treinar 50% de bike e outro tanto de caminhada...
A certo ponto o trilho mudou. Começamos a descer e conseguimos ir montados durante imenso tempo!
Cada um aplicava a técnica como podia durante a descida. Era mais ou menos ao estilo salve-se quem puder....
Passamos por Porta Cova onde estivemos um pouco a conversar com as gentes locais e que nos contaram como era dura a vida aqui! Durante algum tempo falavamos sobre as marcas nas pedras que pareciam ser de carros de bois. Uns apoiavam a tese, outros desconfiavam! Confirmou-se isto com as conversas que fomos tendo com as pessoas. É incrível a força que o gado tem para puxar as carroças por aqueles encostas de pedra íngremes como tudo!
Mais um paragem, desta vez em Padrão onde encontramos o pequeno Leandro e sua avó que nos ofereceu um pouco do vinho que é feito lá na aldeia.
Estivemos mais de meia hora na conversa e a beber pois claro... A avó do Leandro não parava de encher a caneca e nós também não fizemos a desfeita!
Foi excelente este bocado de convívio que tivemos aqui...Quantas e quantas vezes passamos num local qualquer e mandamos uma boquita para o ar a pedir uma pinguinha de vinho e só obtemos uma fraca resposta, por aqui pode-se ver um pouco da bondade destas pessoas tantas vezes roubadas e assaltadas por pessoas com más intenções! Há, quem não dá vinho não é má pessoa claro....
Ao Leandro, que sei que ele vai ler isto, vê se estudas amigo e deixa as três namoradas da escola para depois ok :) Gostamos muito de falar contigo!
Depois de uma descida e uns klm's de alcatrão de Sistelo até Cabreiro feitos a todo o gás para gastar a energia acumulada chegamos aos carros colocados junto à igreja!
Tínhamos trazido a refeição de casa que se começou a cozinhar logo de seguida!
Da ementa constava um arroz de cabidela preparado pelo Hugo e churrasco que foi preparado pelo Cristiano com a contribuição do César. Havia ainda o vinho que o João ofereceu...Para sobremesa havia ainda bolos, pudim e cerejas!
O ambiente estava mesmo à maneira com o João sempre a tratar de manter a malta alegre e de copo cheio e até o sol resolveu fazer-nos companhia durante algum tempo e cada um foi-se servindo e cozinhando o que quis.
Ainda estávamos a meio do jantar e já estavam 6garrafas vazias de vinho...Estes meus amigos são cá uns garganta seca!!
Devo dizer que estava tudo mesmo bom, desde o arroz que o Hugo preparou até às sobremesas que foram comidas dentro da casa de banho da igreja enquanto um chuveiro regava os nossos pratos vazios!
Estávamos mesmo contentes e assim nesse espírito fomos tomar um café ao lado do local e de onde seguimos para nossas casas.
Foi um dia excelente em que me diverti muito e tenho a certeza que toda a gente partilha da mesma ideia. A chuva que caiu foi a parte menos boa mas no fundo foi uma luz que nos iluminou por aquele caminho pedregoso durante valentes klm's e nos trouxe ao carro seguros e sem necessidade de Bétadine! Quando todos ajudam e compreende a palavra "grupo" é tudo bem mais facil.
Daqui deixo um agradecimento ao Hugo, Paulo, Cristiano, Rui, Miguel, Silva, Figueiras, Fontão, Rodrigues, Jorge, João, César, Zé, Martinho, Paulo César, Armindo e claro também agradeço a mim próprio por pertencer a este grupo de amigos que cada vez se revela mais diferente e divertido.
Obrigado a todos!
Aqui fica o video aluzivo ao "inbento":
muito bom mesmo
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