De facto em Amares há um restaurante espetacular que eu desconhecia suas iguarias e o jeito como são servidos os "pratos". Não estou a falar de comida ou boa pinga, estou sim a falar de caminhos e trilhos magníficos que nos transportam para locais soberbos onde a diversão é garantida... Basta para isso irmos preparados da mesma maneira que vamos para um restaurante com o estômago colado às costas, completamente esfomeados! Tamanha fome vinha já desde à uma semana em que os trilhos pisados não foram os mais lindos que já vi e por isso partimos para Amares com expectativas altas de um bom dia de btt.
A manhã mostrou-se chuvosa e enquanto estávamos numa padaria ainda perto de casa a tomar o pequeno almoço a chuva fazia companhia e deixava-nos apreensivos. Eu acho que era o mais reticente quanto à ida ou ao sucesso do dia mas o Paulo e o Albano estavam mais confiantes! Arrancamos às 8h em ponto do campo de jogos da vila, já com alguns participantes a rumar estrada fora aproveitando uma aberta do tempo. Algo que me pareceu um mau presságio foi eu ter caído logo no arranque quando um artista que ia à minha frente se lembrou de parar para retocar a maquiagem e nem ai disse estatelando-me ali no chão sem apelo nem agrado! Levantei-me e segui viagem sem me dirigir ao dito artista porque as coisas que me passavam pela cabeça não eram as mais agradáveis.
Após uns klm's em alcatrão, uma viragem à esquerda faz-nos começar a trepar monte fora até São Pedro de Fins. O nevoeiro até parecia chuva mas não incomodava e por entre várias abertas sempre dava para ir apreciando o que deixávamos para trás. Para a frente do caminho, depois de alcançado o alto do monte, começamos a descer por caminhos bem rápidos e escorregadios que exigiam atenção para seguir em segurança.
Depois de mais uns klm's a subir deixando para trás a aldeia de Santa Cruz e Urjal estávamos no parque de merendas de Possoiro. Daqui em diante foi sempre a descer até à Sra da Abadia pelo estradão que eu e parte dos Kézia já conhecem, embora em sentido contrário, e quase no fim desviados por um trilho bem engraçado que nos levou mesmo por baixo do santuário. Aqui fizemos a primeira pausa para mastigar alguma coisa!
Pelo que tinha estudado do percurso aqui podia estar uma das subidas mais difíceis do dia e fui aconselhando os meus companheiros a terem contenção nos crenques não vá no fim de uma curva mais apertada estar o "homem da marreta". Durante a subida fomos divertindo-nos como podíamos....
E gozando das vistas como queríamos!
Não eram precisos olhos de gato para prosseguir mas sempre foi um belo exemplar que a julgar pelas ramelas que tinha nos olhos, tinha sido acordado por quem à nossa frente seguia mas que não teve direito ao brinde que se seguiu...
Umas fantásticas e deliciosas bolas de berlim oferecidas pela organização. Um pequeno grande mimo que nos deixou com vontade de ficar ali mais tempo... Segundo eles, as bolas estavam mesmo quentinhas porque estavam a chegar e éramos os primeiros a deliciar-nos com tamanha oferta!
Tal como nos restaurantes, quando as iguarias são muito boas no fim temos de pagar um preço. Neste caso não foi no fim, foi logo de seguida com um bocado de caminho que tinha árvores tombadas e nos fez procurar caminho pelo campo ao lado cheio de lama. Para ajudar à festa uma saraivada fez-nos vestir o impermeável à pressa... Coisa de pouca dura porque logo a seguir tivemos de o tirar enquanto vergávamos um trilho empurrando a bicicleta monte acima!
Esta pequena caminhada trouxe uma bela recompensa. Descer até Covide foi um dos ingredientes servidos na hora certa e na temperatura ideal...Eu que até nem sou muito esquisito no que toca a este tipo de pratos, estava imensamente agradado com tamanha oferta.
Aproximava-se a hora de confortar o estômago de novo e paramos no Campo do Gerês num café. No momento em que encostamos foi precisamente quanto começou a chover quase torrencialmente e embora não estivesse frio, não queríamos apanhar um banho! Em boa hora paramos, comemos e no fim de ter tomado um café a chuva já tinha passado e sem medo atacamos de novo... Durante a paragem demos uma vista de olhos ao gráfico de altimetria para controlar o esforço. Sabia que estávamos bem, mas nunca é demais prevenir nestas coisas! Contorna-mos a Barragem de Vilarinho das Furnas que como se vê na foto está bem cheia em direcção a Covide de novo para depois apanhar a Geira Romana.
Acho que nesta zona se podia alongar mais um bocado o percurso visto que é uma zona mais rolante e poderíamos ter visitado a barragem de outra maneira fazendo assim mais uns klm's contemplando o que a natureza nos oferece... Depois de passar Covide seguimos para Padrós que também já conhecia o terreno, embora mais uma vez em sentido contrário.
Essa mesma subida levou-nos ao alto de Santa Isabel do Monte onde mais uma vez paramos para fotos e pouco mais... Apartir daqui todas as regras de etiqueta, de sermos cavalheiros e tudo mais foi quebrado! Não havia condições de parar a bicicleta porque a adrenalina assim o pedia.
As pistas de downhill são famosas por estes lados mas ao contrário das que estamos habituados em que há muito buracos, pedra solta e saltos indomáveis, aqui tudo é direito e parece ser profundamente cuidado... As fotos que se seguem são da organização!
Grupo perseguidor:
:D
Depois de largar-nos as pistas, fomos de novo encaminhados para a Geira que estava como se espera nesta altura do ano...Boa para andar de canoa! Mais uma vez não paramos nem um segundo para olhar sequer para trás... A diversão falou mais alto e os klm's foram devorados num instante! Pela primeira vez passava aqui de prego no fundo e dá cá um gozo!!!
Quando terminou paramos. Conversamos sobre a "pica" que aquilo deu e como estávamos a fervilhar com aquilo... Foi demais e nem sabíamos se tínhamos direito a sobremesa! Depois de Vila Cova houve mais do mesmo, muita lama à mistura mas os trilhos eram tão rápidos que nem deixávamos a lama pegar na bicicleta nem ao corpo... Quase sem darmos por ela chegamos ao fim do percurso completamente estoirados dos cerca de 20klm's a descer seguidos. A única coisa que me ocorria dizer na hora era que queria voltar um dia destes, de preferência com o terreno mais seco!
À chegada a organização ofereceu-nos uma bifana e bebida... Epah isto está tudo trocado! Já comemos as entradas, os vários pratos e até a sobremesa, e agora no fim ainda tivemos de ir à segunda rodada de comida e sobremesa... Sim porque o Albano veio munido de aletria para nós comer no final! Soube bem tudo isto, tudo mesmo!
O dia foi excelente e tudo correu bem, até o tempo que parecia fanhoso portou-se à altura! A organização esteve muito bem, eu que continuo a não apreciar eventos organizados e com muita gente, começo a olhar com outros olhos para este tipo de organizações com pessoal mais seleccionado.
Daqui mando um agradecimento aos SuperFraquinhos pelo belíssimo dia que nos propossionaram e por esta ementa de 78km com cerca de 2800m's D+ que nos serviu tudo o que a região tem de melhor... Hei-de voltar de certeza! http://app.strava.com/activities/45536413
Bem e com promessas de chuva para domingo e após ter visto que o tempo não ia favorecer a uma volta deixei-me estar no descanso mas o Freitas convidou-me e às 9:30h faziamo-nos à estrada sem destino... Com um pouco de chuva a acompanhar seguimos para Guimarães, Taipas e aqui decidimos procurar o empeno! Eu é que o estava a procurar porque ainda estava com as pernas meias pesadas do dia anterior mas ainda assim não me neguei a subir o "21". Para quem não sabe, tal como nós os dois não sabíamos, é uma subida que dá até ao Sameiro e que de roda fina é das duras de fazer. Arrastei-me como pude até ao alto, enquanto que o Freitas ia esperando por mim e espreitando as curvas primeiro que eu!! No alto decidimos o caminho mais rápido para casa e debaixo de alguma chuva e imenso vento chegamos a casa em segurança consolados da vida... Valeu bem a pena ter levado um empeno em cima de outro!
Já sabem, sábado é para o Tomaz... Esperemos que não chova água, apenas vinho daquele que passa debaixo da ramada!
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