Pah não me venham com coisas porque quando se quer consegue-se e não há motivo que nos separe do objectivo. Quer estejamos a falar de ir pedalar, correr, jogar futebol ou até ir à pesca! Se quisermos praticar o nosso desporto de eleição arranjamos sempre tempo e no fim do "esforço" físico ou do psicológico por nos termos desdobrado nas horas, o melhor de tudo é sempre um sorriso! Agora que a semana terminou reparo que estou com rugas de tanto me rir, senão vejamos:
Segunda feira----- 60klm's de estrada por terreno mais plano mas sempre com a pedaleira a rodar: http://app.strava.com/activities/48993282
Terça feira---- Mais alcatrão mas mais picante: http://app.strava.com/activities/49140802
Quarta feira----- Uma volta de btt com o Cristiano pelos montes mais próximos mas que ainda assim foi bem picadinha mesmo a jeito para abrir o apetite a uma bifana e um prego no Pladur, servida com boa animação pelo João. Foi uma nocturna de respeito e que merece ser repetida desde que o tempo deixe. http://app.strava.com/activities/49319383
Quinta feira----- Saí muito tarde do trabalho mas não resisti a uma subidita pelo paralelo de roda fina: http://app.strava.com/activities/49460324
Sexta feira------ Não me queria cansar muito e assim aconteceu. Mais um vez o Cristiano convidou e fomos ao monte dar uma volta pequena, mais pequena que o esperado porque houve uma avaria na bicicleta dele! Mesmo assim valeu bem a pena não ter ido embora do trabalho directo para casa: http://app.strava.com/activities/49597896
E com isto estávamos no fim de semana e à umas semanas que estava prometido um empeno pelas bandas do Gerês como à muito tinha saudades de fazer!
A ideia foi do Pedro Lobo que foi juntando malta através do facebook disposta para a volta que ele idealizou que era nada mais, nada menos que o percurso do Gerês Granfondo do próximo mês de Junho.
Com o aproximar da data foram-se afinando os pormenores sobre o melhor sitio para o arranque, entre outras coisas! Eu estava com a ideia de sair de casa de bicicleta para me encontrar com o resto da malta no Gerês mas o Indy não estava muito na minha onda até quase à ultima da hora. Aqui é que me comecei a aperceber do efeito que as palavras têm na mente e o quão massacrante é ouvir e ficar a remoer frases do género: "...prefiro empenar a tentar do que a pensar como seria..." disse-lhe eu ao telefone! Passadas umas horas estava a ligar-me com uma alternativa que passava por sair de casa mais tarde um pouco, 8h da manhã, e encontrar-mos o resto do pelotão em Amares. Adorei a ideia e partilhei com o Klaser(Brasa)... Gostou da ideia e no sábado de manhã confirmou a presença!
À hora marcada seguimos pelas Taipas até à Póvoa de Lanhoso sempre a andar bem para aquecer, aquecer pouco claro! À passagem na cidade sugeri ir pelo centro para ver a qualidade feminina que se poderia andar a passear aquela hora, era melhor aproveitar porque no meio da serra é só animais! Rapidamente estávamos em Amares e esperamos numa pastelaria pelos restantes. O Pedro Lobo vinha acompanhado pelo Pedro Silva, o Silvério, o João e o Pedro Gomes... Seguimos viagem logo de seguida com o pelotão numa marcha algo rápida, até comentei que deviam ir atrasados para algum evento mas não me deixei impressionar pelo "fume"...
Em Pico de Regalados começou a primeira subida do dia até Portela de Vade! Gostei deste bocadinho pois deu para medir pulso à população e a mim próprio porque queria saber se estava em condições para ataques bravos :D Passaram num instante estes klm's embalados pela pedalada certa e entretidos pela respiração de quem seguia atrás de mim... Tentarei gravar num mp3 sons do género para servir de motivação numa próxima! No alto juntamos e fizemos a descida até Ponte da Barca a andar bem mas sem grande história. À chegada à ponte que nos levaria até ao outro lado do rio reparamos que haviam obras, nada que tivesse metido medo às rodas mais baratas e subindo uns passeios lá ultrapassamos este obstáculo rumo a Arcos de Valdevez!
Durante os últimos klm's tinhamo-nos alongado muito pela estrada mas eu seguia com o Brasa e o Indy a ritmo calmo. A alma pedia-nos uma visita ao centro e passagem pela ponte de pedra sobre o Rio Vez mas o bom senso reinou mantivemos-nos em cima do risco! Iniciamos a subida calmamente, apenas com um ligeiro acelerar provocado por uns caninos que olharam para o Brasa como um bocado de picanha e queriam dar uma trinca. Seguimos isolados e devagar uma vez que o resto da malta estava para trás um pouco e queríamos ver se nos apanhavam, coisa que acabou por não acontecer! No alto do Mezio demos lugar a alguma fotografia e negociação com um pastor para ele avisar que atrás de nós seguia, uma vez que a rede de telefone era escassa/nula.
O Indy conhecia a descida, eu conhecia parte mas pouco me lembrava, mas tratou de nos avisar que seria um bom spot para fotos à maneira. A vontade de parar não era muita, mas ainda assim deu para umas brincadeiras.
Mãos atrás das costas e cabeça baixa numa descida?!... Tenho de rever a minha clausula de rescisão urgentemente!
No Soajo paramos numa pizzaria, seria ali o local ideal para abastecer alguma coisa! Entretanto chegou o resto da malta com a noticia de que o pastor lhes passou o recado, coisa que acolhi com agrado. Comi um belo hamburguer com tudo a que tinha direito para me sentir confortável e sem fome durante os próximos klm's que se seguiam. . . A conversa não foi muita, confesso que apesar de algumas tentativas de quebrar o gelo com algumas semi-provocações sobre o andamento ou histórias do ultramar, senti que não valia a pena conversar muito pois a malta não estaria muito interessada em conviver!
Até Entre-Ambos-os-Rios não houve história mais uma vez e como o entretimento teimava em não vir até mim, fui eu até ele. Agora seria para subir cerca de uma hora seguida até Germil e no inicio estávamos todos juntos mas depois de começar a ouvir mudanças a estalar como castanhas logo no primeira dificuldade decidi que iria desfrutar do alcatrão como as pernas me deixassem. No primeiro klm ainda foi uma subida a três mas depois fiquei sozinho e isolado, quase que como se de uma fuga se trata-se! Quando me apercebi da distancia que estava a ganhar já era tarde para levantar pé e isso deu-me muito conforto para ir tirando umas fotos ao piso para mais tarde recordar. O Indy diz que eu abrandava para descansar... Tem a ideia dele, embora saiba que estava a brincar :D
Posso estar aqui a falar de ir à frente ou atrás, X ou Y metros, mas é importante para perceberem o importante que é na moral de todos. Se para mim é bom ir na frente, também tenho de me manter focado para não dar parte fraca e continuar num andamento certo de principio até fim e para quem vem atrás é uma motivação muito grande ir a tentar apanhar quem segue na proa do barco fazendo com que se vá sempre com um objectivo de ir apanhar a roda.
De vez em quando olhava para trás e via os meus companheiros sempre juntos achando que estavam a fazer o que manda a sapatilha, ou seja, incentivando um ao outro.
Ás tantas o alcatrão manhoso, mas liso, dá lugar a um paralelo muito bem conservado que sendo a subir não incomodou nadinha pois tenho feito bons troços perto de casa neste piso e estou calejado psicologicamente e fisicamente para isso. Seguimos assim até passar por Germil onde vi uma bica de água e resolvi parar. Refresquei-me e abasteci decidido a esperar pelos meus bravos que não tardaram muito em chegar... O Indy nem parou e o Brasa encheu rápido o bidon seguindo de imediato. Dali até ao alto seguimos juntos comentando já o que vínhamos a sentir.
No pequeno troço de subida que faltava somos ultrapassados por uma caixa aberta com dois ciclistas... A primeiro pensei que fosse uma piada e quase que me mordi numa tentativa de ver se estaria a sonhar mas não. Continuamos a conversa que vínhamos a ter e só me passava a palavra "diabo" pela cabeça embora não a tivesse partilhado... Diziam-se mundos e fundos desta subida acerca da descomunal dureza, do paralelo e tudo mais, mas eu não via diabo em lado algum e estava feliz. Além disso fazia questão de o mostrar apesar de a subida ainda não estar terminada! Nos últimos 100metros oiço umas mudanças a estalar e senti logo spint pela taça... Era o Indy. Rapidamente se arrependeu porque alguma alma vinda dos céus lhe tocou na consciência e fez-lo abrandar e deixar-me passar em primeiro lugar o alto. Segundo ele, eu merecia! Não podia estar mais de acordo :D
Antes de encetar o resto da subida até Brufe conversamos com os dois colegas que tinham vindo no pronto socorro e estavam na beira da estrada esperando pelo resto da malta. Decidimos só parar no Campo do Gerês para reagrupar! Na passagem em Brufe houve mais um sprint pela camisola de trepador para animar mais o ambiente :D
Estava maravilhado com aquela estrada, mas ainda não tinha terminado. Descemos para Vilarinho das Furnas! É certo que mais uma vez não me apetecia parar, mas não resisti a tirar umas fotos.
Tanta pedra e uma estrada estreita faz lembrar algo nos Alpes, ou serão os Alpes que fazem lembrar Portugal?!!
Na barragem trocamos umas ideias sobre como iríamos regressar. Pairava no ar a ideia de subir à Calcedónia e depois descer para o Gerês! Durante o lanche num café no "campo" decidimos que seria melhor descer ao São Bento e gastar as forças na subida das Cerdeirinhas. Ainda durante este lanche fomos surpreendidos por uma senhor já de tenra idade que ia apreciando as bicicletas e se apresentou como o ex importador da BH para o nosso país! O homem sabia do que falava...
Quando finalmente estávamos todos juntos começamos a descer e a fazer o rescaldo do dia marcando para outra data um passeio que inclua convívio por outras paragens! Na rotunda despedimo-nos e lá começou o nosso calvário... Apesar da bagagem que as pernas já traziam fizemos a subida sempre certinho sem um esforço descomunal! Quase no topo fiz um esforço extra quando me meti no cone de um tractor, mas como ele não andava muito fiz um arranque e ultrapassei-o esperando que ele não acelera-se muito para eu não ficar mal.
No alto rapidamente percebemos que o Brasa já não vinha muito fresco e não estava com força para colaborar na descida! Nem eu, nem o Indy ficamos chateados com isso. Longe disso até porque apenas queríamos uma desculpa para ir até casa a trabalhar em equipa. Até às Taipas foi um constante pedalar sempre com as pernas a ferver para animar o que já é animado por si só! Quando nos despedíamos comentávamos o belo "trabalho" que fisemos em trazer o Brasa que apesar de algo cansado, nunca largou a roda e não nos fez esperar por ele. Assim dá gosto trazer alguém no reboque!
Até casa arrastei-me como pude, assim como o meu companheiro que apesar dos klm's ainda mostrava frescura para fazer outros tantos...De carro :D
Cheguei feliz a casa, feliz mesmo mais uma vez porque o corpo fez o que a mente desejava e o que para muitos foi o diabo, para mim foi o paraíso!
Para as contas ficam estes 201klm's com 3500D+ http://app.strava.com/activities/49743673
Antecipando que me ia doer as pernas no domingo de manhã, não me fiz rogado e fui aproveitar o sol com os Kézia. À imenso tempo que não tínhamos assim uma manhã animada e a andar bem até ao Sameiro! Uma passagem rápida e sem paragem na Sra da Saúde ajudou a tomar o embalo para que a subida restante não custasse assim tanto!
É estranho porque antigamente ir ao Sameiro/Bom Jesus parecia uma empreitada que nunca mais acabava e agora passa num rápido! No santuário tiramos umas fotos enquanto o Jorge conversava com alguns turistas estrangeiros. Afinal ele não percebe só de tirar peso à bicicleta com uma fresa :D
O regresso foi como de costume pela descida até às Taipas em velocidade cruzeiro para levantar o pó que já consegue poisar no chão! Venham mais e muitos fins de semanas assim no futuro próximo.
Os dados da volta estão aqui: http://app.strava.com/activities/49884392
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