Agora deu-me para ir jogar à bola de quando em vez e esse tipo de desporto vai dando cabo das minhas pernas pouco habituadas a corridas, quanto mais rápidas.
No meio destas corridas há tempo para projectar o fim de semana, no que à bicicleta diz respeito, e eis que o Pedro surge com umas fotos violentas para uma empreitada no sábado! Algumas das fotos eram parecidas com umas que o André(Duchene) tinha publicado aquando de uma volta de sua autoria no fim do verão passado.
A ideia era tentadora mas pareceu-me logo que seria demasiado para a altura do ano em que estamos, dias curtos, alvoradas frias e um pôr do sol normalmente bastante frio! Estavam reunidas as condições para dar uns choques térmicos ao corpo...
Às 8:30h lá me encontrava à espera do Tico e do Pedro, para depois nos juntarmos ao Hugo. Todos se atrasaram um bocado mas também não fiz caso, muito menos me importei. Confesso que na sexta à noite estava completamente cansado do corpo todo, especialmente das pernas e até descer umas escadas me custava, saí de casa com aquele pensamento "que é que eu vou fazer, estava tão bem a descansar"... Ainda por cima estava frio e eu só com uns pedaços de licra vestidos! Vamos ver no que isto vai dar.
À chegada a Guimarães já o vento nos incomodava e à saída da cidade resolvemos ir pela pista de cicloturismo já que é mais abrigada do vento! A chegada a Fafe faz-se num ritmo calmo e apenas a contemplar as vistas ao "material" que por lá caminhava. Tínhamos como direcção a vila do Arco de Baúlhe e para lá chegar havia que transpor a Lameira. Normalmente a ritmo certo faz-se bem a subida, mas com a ventania que se fazia sentir custou imenso chegar ao topo e a longa descida até ao Arco não foi diferente! O frio dá-me sempre vontade de andar a lamber os lábios, devo ser como os outros diga-se, e normalmente a respectiva bisnaga de creme labial acompanha-me sempre mas desta vez tinha ficado em casa. Como tinha ganho algum tempo na descida resolvi ir à farmácia local comprar um creme, quando eles chegaram já me besuntava com alegria, menos um problema.
Aproveitamos para tomar um café, coisa rápida, mais para aquecer um pouco já que os cerca de 10º não eram suficientes para nos manter confortáveis! Apartir daqui a estrada rolaria um pouco até Cavez para depois nos fazer subir até Ribeira de Pena. Era a primeira vez que aqui passava! A subida é calma, sem inclinações dignas, dá para fazer a passo certo e foi isso mesmo que fizemos. Nada de entrar em excessos porque o chip de longa distancia tem de estar sempre activo!
Chegamos a Ribeira de Pena, à uns anos que lá não ia e ultima vez foi numa volta de btt que me levou a terras do Barroso, saudosamente admirei a vila de cima enquanto eles seguiram estrada abaixo. Se até aqui doeu, muito por culpa da metereologia, apartir daqui ia complicar! O Tico apesar de ser o que aparenta uma forma física pior, tem sempre um dado a seu favor. Nunca sabe para onde vai e se sabe é ao engano claramente! Hoje tínhamos um motivo para esperar por ele, ele ostentava o seu pau e mostrava-nos como ele crescia sem grande esforço fazendo uso dele em qualquer altura, mesmo a subir quando o esforço se devia direccionar para outras coisas. É um orgulho ter alguém assim que nos vai mostrando toda a sua experiência na arte de filmar eventos!
Logo que a civilização termina dá-se o fim da estrada. Apesar das fotos, pensei que aquilo já tinha sido alcatroado, mas ninguém se sentiu amedontrado com tal situação e todos prosseguiram, cada um com o seu cuidado para não estragar um pneu. Tão longe de casa todo o cuidado é pouco!
O estradão durou cerca de 3klm's e termina à entrada de Pielas, localidade mais abaixo da estrada que nos encontrávamos. Daqui pra frente o alcatrão enrolou e a subida começou a ser aquilo que eu não gosto, uma rampa e um descanso. Mais uma rampa e mais um descanso, um regalo para as as pretensões de empenar! Apesar da subida ser inconstante íamos regalados com o que a vista alcançava!
Uns klm's à frente surge uma viragem à direita, para um caminho a que lhe chamam "estrada".
Era em definitivo aquilo que o André tinha descrito, pedras atiradas para o chão com um nível de assentamento muito baixo. Salvou-se que estes longos klms disto nunca foram inclinados o suficiente para nos fazer dizer mal da vida!
Eu, no que a mim me diz respeito, fui brincando com aquilo fazendo manobras de diversão e fazendo um relato como se de uma corrida se trata-se. Na foto em baixo nota-se o ataque desferido contra o Tico em que ele nem respondeu :)
Vou dando por bem empregue o capital investido na compra da actual bicicleta pois nestes terrenos nota-se claramente um conforto extra e nos deixa prosseguir sempre sentados sem ter de fazer uns alívios da próstata como o Pedro demonstra aqui:
A subida termina. O Hugo seguia mais à frente um bocado, enquanto nós nos deliciávamos com a longa recta no mesmo piso que terminava mesmo na entrada da aldeia de Cabanas!
O Alvão mais uma vez estava a mostrar a sua dureza. Nós sempre respeitamos a montanha, talvez por isso escolhemos um ritmo sempre mais ou menos parecido para estas etapas, pois tudo o que se abusa vai pagar-se quando menos esperamos. Andar para longe em cima de duas rodas sem motor, há-de ser sempre muito mais que apenas fazer rodar os pedais e no fim contar aos amigos a média feita.
No fim da aldeia abastecemos os bidons de água e prosseguimos passando junto à Barragem da Falperra, ainda à uns meses havíamos passado aqui os 4 mas montados com rodas mais grossas e escoltados pelos irmãos Favaios. Logo à frente no cruzamento viramos à direita na N206! Estávamos de regresso à civilização e por isso mesmo fomos abastecer num café em Paredes do Alvão. O frio tinha tomado conta de mim, eu que normalmente tomo sempre bem conta da roupa que escolho desta vez tinha vindo mais à campeão e estava a pagar a fava, salvou-me o Tico que trazia um casaco num bolso e me deu para o resto do dia, até casa não mais o larguei. De manhã, em tom de gozo, tinha-lhe perguntado se ia equipado para a neve...
Fomos servidos com umas boas sandes, cerveja e outros componentes com cafeína afim de arrebitar-mos um pouco. Penso que seriam cerca de 14h e o plano traçado estava em causa, em boa hora o bom senso tomou conta de nós e resolvemos fazer o o percurso para Mondim de Basto, Celorico, Arnoia, Felgueiras, Vizela e por fim casa. A parte mais complicada do percurso que referi foi mesmo a subida até Arnoia já que o sol começava a fugir e as pernas aclamavam por descanso a cada pedalada!
Gosto de cumprir o planeado, mas ainda assim não ficaram créditos por gastar ou energias por utilizar. Cheguei a casa cansado como à muito não acontecia, a futebolada e os klm's passados com um constante aquece e arrefece trouxeram uma valente dor de pernas que ontem(3ªf) ainda se fazia sentir! Que dia em cima da bicicleta... Quase 11h depois estava em casa com mais vontade de dormir do que tentar entrar na banheira para um banho! É duro para o corpo, para os adeptos dos "treinos" isto é do pior pois o corpo ressente-se ao longo de dias e estraga-se mais do que se conquista, mas para mim que estou-me marimbando para isso é um dia fantástico que fica na memória com amigos e umas bicicletas.
Durante o dia o Pedro Indy foi fazendo uma reportagem que podem ver aqui, está muito engraçado:
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