Gosto de sair de casa com a lição estudada e com tudo pronto para enfrentar um dia sem o pensamento de que me esqueci de alguma coisa ou que irei para um local que não faço a mínima ideia do que irei encontrar! Este ultimo ponto não sei o que é melhor, saber ou não saber para onde nos levam.
Neste sábado queríamos dar uma volta grande de montanha como ainda não tínhamos feito a valer este ano, um ano que não nos tem facilitado as voltas durante a semana para nos sentirmos à vontade pra enfrentar 200klm's sem grande receio durante o fim de semana! Mas as condições haviam de mudar pois o Pedro Indy durante a semana passada deu-lhe bem aos pedais e talvez sentido-se confiante rabiscou um percurso que nos levaria a passar por Campanhó, local que gosto vá-se lá saber porquê, e depois pela barragem do Alvão que já não ia lá à imenso tempo com a bicicleta de estrada! Quando dou conta da subida que ele queria fazer que nos levaria de Paço para o Alto do Velão rezei, rezei muito, pois já tinha feito parte de btt e sabia que não ia ser fácil e durante a manhã fui dizendo horrores da subida para os assustar. Na verdade queria que ficassem mais que eu mas nem assim tive hipótese de chegar primeiro ao topo :D O percurso não teve grande discussão por isso às 9h da manhã lá nos encontrávamos em Guimarães prontos a seguir viagem! O número de parvos está a aumentar, mas nem por isso as caras são diferentes... Veio o Tico, Hugo, Albano, Brasa, Tiago, o Indy e eu também fui pra puder escrever o texto!!
Até Mondim houve pouca história pois a estrada era mais que conhecida e também fomos cumprindo o "roadbook" previamente feito que incluía poucas paragens e a primeira seria depois da ponte de Mondim para um reabastecimento rápido feito no intermache local. Às 10h da manhã já haviam clientes a levar frango de churrasco... Acho que preciso de rever os meus horários urgentemente.
Daí pra frente a estrada começa a subir um bocado originando alguma separação durante os klm's até Ponte de Olo onde viraríamos pra uma estrada que não lembra a ninguém e depois de ultrapassar uma ponte bem antiga e com piso romano, entramos no inferno! Passados 500m's já estávamos bem alongados estrada fora e alguns incrédulos com o que conseguíamos prespectivar da subida. Ora, se estamos junto ao rio e o topo é já ali, significa que vamos subir curto e grosso! Pah nem mais, que subida fantástica que o homem havia de ter escolhido... Não vou dizer que amanhã ia já lá de novo ou até pró mês que vem, mas seguramente este ano ninguém me apanha lá mais!! No strava apenas estavam contabilizados lá dois artistas com o mesmo defeito de fabrico que nós e já sei porquê.
Estou aqui a denegrir a dita subida mas no fundo ela é fantástica a todos os níveis, basta escolher o meio certo de transporte.
O Albano disparou por lá fora e durante uns tempos ainda o acompanhei mas depois mandou uma sacudidela e lá fui ficando pregado... Passado um bocado era o Hugo que me ultrapassava... Fdx tou velho... Olho pra trás e vem o Tiago ao fundo a debater-se com um gancho que me tinha indicado uns ricos 22% e eu mais feliz em cima a olhar pra uma rampa que mantinha uns respeitosos 14% e não via jeito de aquilo abrandar... Aos poucos e a ritmo certo lá me safei desta e entrava parte final da subida de Campanhó para o Velão! Avistava o Hugo e o Albano por uns minutos mas foi sol de pouca dura pois mandaram mais uma "varada" e só os vi no fim! Cheguei ao final feliz... As dores nas costas tinham-me dado tréguas e fui-me safando por lá fora ao meu ritmo e com algumas fotos e vídeos compilados. Era um homem cansado mas contente!
O resto da malta foi chegando e via sorrisos na cara de todos o que para o arquitecto do percurso era algo que o deixa sempre feliz. Dali a ideia era seguir a N15 parando para comer alguma coisa num café da zona! O Brasa achou que uns pregos no pão não seriam suficientes sugeriu seguir mais em frente e parar no próximo. Ora o próximo nada tinha! Vamos ao próximo... Não havia próximo e o que houve estava fechado! Bem vamos recorrer aos bolsos e comer barras. Não era o que mais apetecia mas já que não havia picanha ou marisco lá teve de ser!
Já tínhamos iniciado a subida que nos levaria à Barragem do Alvão quando apareceu um café com boa cara mas nem parei, juntamente com o Albano e o Hugo pois sabia que não barragem tinha a famosa Cabana onde param muitos ciclistas outros que tais por isso havia que aguentar! A alguma fome ainda se aguenta mas aquela subida... Ai aquela subida... Que subida dura Cristo! Pelo meio passaríamos em Gulpilhares e depois de Quintelas é que foi o cabo dos trabalhos até apanhar a estrada principal e mais conhecida de acesso ao topo da serra. Os outros dois perdi-os de vista e depois de nos juntarmos no final fizemos meia volta e fomos abastecer à Cabana!
O Indy chegou quase de seguida pois também não tinha parado no ultimo café. Os outros chegaram bem depois e o cansaço já era bem patente entre todos! A dona do café lá nos serviu com umas valentes sandes e alguma cerveja pra matar a sede a empenados.
Apartir daqui não há muita história, o Pedro achou por bem não seguir para Cerva por uma bela estrada que já conhecíamos e então viemos pelo Viso afim de insultar o guia que quase acabava espancado por infringir tamanha subida sem a malta contar... Felizmente consegui explicar o porquê daquela escolha embora nem eu próprio tenha entendido as minhas razões :D :D
Em Felgueiras começou a chover e até casa foi um "ála que se faz tarde".
Adorei a volta, não há nada que eu pudesse apontar no que se passou durante todo o dia. Gostei da animação que foi havendo, adorei as poucas paragens e vim feliz pelas estradas escolhidas pra passarmos o dia... Venham mais destes!
E já agora fica aqui um vídeo que gravei na passada semana numa volta pelo Pilar:
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