sexta-feira, 29 de maio de 2015

Rally de Portugal 2015+Conquista do Marão

À imenso tempo que imaginava conseguir ir de casa à Senhora da Serra do Marão. Já lá tinha de roda fina que por si só é uma aventura enorme pela degradação total dos 12klm's finais da subida mas ir em modo btt era algo que desejava!
Cortar os montes a direito, usar umas estradas e chegar ao topo totalmente espezinhado pela dureza do feito. Faltava o dia, a hora e coragem pois o track estava elaborado e guardado à espera de vontade para a prática! A companhia... Essa foi escasseando à medida que fui partilhando a ideia com os amigos. Através do Instagram falei com o Pedro Pereira que anunciava que iria ver o Rally de Portugal à Serra do Marão! Tava ali um duro que de certeza não viraria as costas a um desafio destes... E não virou, rapidamente chegamos a acordo quando à estupidez da coisa e foi só marcar hora e ponto de encontro. O Hugo também se mostrou disponível, basicamente durante a semana vai esquecendo as dores de pernas e apartir de 5ª feira começa a pensar no próximo empeno por isso é fácil de o convencer :)
Lembrei-me do Zé, o gajo que nunca vira as costas a nada e com os seus 52anos vai mantendo as suas aventuras sempre ao mais alto nível. Pensei que seria muito duro para ele mas se há coisa que ele tem é sabedoria e se visse que o terreno ia azedar ele daria a volta e desenrascava-se à sua maneira! Liguei-lhe: "Zé sábado vou ao Marão de btt, saio de casa, queres ir?" Ele: "Onde é que tenho de ir ter e a que horas?"..... Não desilude este senhor!

Fui contra a minha preguiça e às 6h da manhã já encaixava os pés na bicicleta para me juntar ao resto do pessoal. Ia apanhar o Hugo em Vizela, o Zé e o Pedro em Felgueiras e daí seguíamos juntos! Numa padaria encontramo-nos e tomamos o pequeno almoço enquanto se fazia o plano para o que aí vinha. Tinha planeado seguir até Arnoia sempre por estrada e daí para a frente entrar no desconhecido. Num rápido já tínhamos 40klm's feitos e muito terreno cortado! O interessante seria agora com com a descida do Castelo até à ponte de arame que liga Lourido a Rebordelo.
Ao primeiro o caminho parecia meio tapado mas conseguimos descortinar onde estava e demos com os restos da ponte! Sim, os restos da ponte... O estado dela é muito mau, faltam muitas travessas logo no inicio e a madeira parecia realmente podre! Decidimos não arriscar e demos a volta. Fiquei desapontado pois o terreno agora ia dar-nos que fazer durante uns bons klm's de caminhos florestais! À chegada à ciclovia reunimos para tentar perceber qual seria a melhor opção para nos safar-mos e conseguirmos ir ter a Campanhó ou lá perto. Para ultrapassar o rio teríamos de ir para Mondim por estrada, ou descer até Amarante e depois ir por Fridão mas devido ao rally não ia ser fácil arranjar um caminho por onde se pudesse prosseguir até perto de Tijão para ultrapassar mais uma ponte de arame. Todos já conhecíamos Fridão, e a ponte de arame de Tijão e sendo assim optamos pela solução que nos faria poupar tempo já que o resto era conhecido. A bom ritmo pusemo-nos em Mondim e à saída da vila paramos no supermercado do costume para abastecer!
O Zé mantinha-se em altas tal como nós todos... Apesar do contratempo estava a gostar do andamento. Gosto de malta que se esforce e apesar do empeno previsto vão dando o que têm na execução do plano. Abastecidos seguimos por estrada para passar o Rio Olo e logo de seguida começar a subida para Campanhó. A estrada é fantástica e apesar dos primeiros klm's serem mais empinados o que se segue recompensa bem o corpo e as vistas! Pelo meio paramos para abastecer os bidões, foi aí que vi o Pedro a tomar o doping. Na mochila dele trazia vários sacos com pó das mais variadas cores e feitios! Só lhe faltava o pó de talco para as longas jornadas :)

Campanhó apareceu num ápice e fizemo-nos à terra poeirenta ao mesmo tempo que muitas motas e jipes. Já cheirava a rally! Tínhamos mais 2klm's pela frente bem duros até ver os carros passar junto a Covelo do Monte. O xisto é um piso espetacular e requer técnica aliada à força para ir ultrapassando metro a metro. Cada bocado é diferente e o calor que o mesmo transmite faz com que sintamos sempre a boca seca e o nariz a arder do ar quente que se faz sentir. Talvez por isso prefira sempre o Marão/Alvão à terra batida do Geres! Estranhamente o Pedro tinha ficado para trás, a pressão dos pneus não estava a ajudar e o cansaço de uma noite mal dormida começava a dar conta dele. No final da subida juntou-se a nós enquanto víamos os carros passar e foi contando o que lhe ia na alma! 
Ficamos por lá meia hora pelo menos mas depois continuamos até chegar à N15, não sem antes termos feito um assalto a umas arcas frigorificas que estavam sem dono por perto. Souberam mesmo bem assim fresquinhas :) O estradão ainda rendeu uns klm's bons mas quando terminou sentamo-nos na beira da estrada a lanchar. O Pedro estava com a ideia de atalhar caminho pois achava não estar nos seus dias e não queria penar o resto do caminho! Nós que não somos de deixar ninguém para trás insistimos com ele para seguir connosco mas ele não queria. Finalmente um gnr que por lá estava disse que não o deixava passar pela N15 em direcção a Amarante e isso foi o argumento final para que ele seguisse connosco! Eu queria ir ao topo da serra, foi esse o meu principal motivo para sair de casa tão cedo e o Hugo partilhou da mesma ideia... O Zé tanto ia como ficava e assim sendo, ele e o Pedro seguiram mais devagar em direcção ao topo enquanto eu e o Hugo dávamos o litro para ir lá cima marcar mais uma etapa nas nossas vidas ciclisticas! 
Ao chegar senti o objectivo cumprido. Um peso tirado de cima dos ombros, uma luta que estava ganha e um marco que iria ficar para sempre. Estava contente, estava feliz, estava recompensado pelo esforço... Enchi a alma naqueles minutos lá em cima! 
Breves minutos pois viemos ter com os nossos companheiros que já se encontravam à nossa espera uns klm's mais abaixo. Decidimos ir ver os carros, ficar à espera que eles chegassem, enquanto arranjava-mos maneira de sair do topo sem vir pelo sitio. Não foi fácil e acabamos por fazer a descida quase toda por onde tínhamos subido, isto depois de termos estado a sentir o ambiente dos carros a passar junto a nós! Às tantas viramos para um corta fogo e com muito cuidado conseguimos apanhar a estrada para Amarante sem impedimentos da Gnr. Paramos na Adega do João para tratar da saúde a umas cervejas e umas sandes de presunto. Exageros à parte, acho que estas deram mais que fazer do que parte da subida à serra :) 
O Pedro estava mais recomposto e agradecia por não o termos deixado atalhar. Soube-lhe muito melhor esta medalha do que andar com o amargo de ter deixado a etapa a meio!
Agora era sobreviver até casa, ainda assim coisas estranhas acontecem pois na subida de Amarante até à Lixa fiz o meu melhor tempo até à data. Imagino as carroças que passo lá normalmente com rodas mais finas :) Em Felgueiras deixamos o Zé e em Vizela deixamos o Hugo. Estávamos fartos de nos ver, tanto tempo a ser empenados pelos mesmos é duro!! O Pedro veio comigo até perto de minha casa seguindo o caminho mais plano até aos seus terrenos. A jornada para ele deu quase 250klm's! 
No fundo não somos campeões alguns, não somos melhores que ninguém, muito menos andamos mais que o fulano ou o manel da esquina... Mas lá que a gente curte à brava estes empenos, lá disso não duvidem!


No dia seguinte às 6h da manhã estava a sair de casa de novo para ir ver o rally a Fafe com o Hugo e o Zé claro... Rally em Fafe

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Barca Nova+Tomáz 2015

Texto de Pedro Ribeiro:
"Durante a volta da passada sexta o Daniel pediu-me um relato. Nem disse que sim nem que não. No final não aconteceu nada de extraordinário e já estou a gastar o tempo e a imaginação a pensar na próxima empreitada pelo que não me apetece muito escrever. Mas vou contar algumas coisas. Primeiro que estava confiante depois da última saída o que me levou a até nem reclamar do ritmo que o Daniel levava, ele que já trazia 4km de aquecimento de casa enquanto o meu corpo ainda fazia os primeiros movimentos do dia. Estava disposto a esforçar-me e assim o ritmo até à Portela de Vade foi suficientemente vivo para lá chegarmos com uns pouco habituais para início de empreitada 27km/h de média. Pelo meio encontrámos os “bebados” (segundo o Daniel) em Braga mas eles tinham o objectivo deles e nós o nosso. Foi com agrado que, após uma paragem em Vade, ouvi o próprio Daniel sugerir que agora seria melhor baixarmos o ritmo. Descemos metade da estrada habitual, em direcção a Pt da Barca, e virámos finalmente à direita, para as estradas secundárias e, esperávamos nós, interessantes. Não tardaram a aparecer as primeiras dificuldades e também os primeiros ganchos de estrada que queríamos fotografar. No entanto a subida durou pouco e o que se seguiu foi uma muito inclinada descida que não me lembrava de ter desenhado no mapa e que nos levou quase até à cota de Pt da Barca. Tinha entretanto alertado o Daniel para a grande dificuldade do dia, a “irmã mais nova de Germil” que poucos conhecem. Só que o que se seguiu não lhe ficou atrás, antes pelo contrário. 5km a 10% que tinham tanto de bonito como de duros. Curioso como a ilusão de óptica fazia com que a estrada à nossa frente nem parecesse muito inclinada, fazendo-me olhar diversas vezes para as rodas para confirmar que nada me ia a travar. Algumas paragens para fotos, nos agora famosos ganchos, e lá acabámos por desaguar o nosso suor num planalto edílico onde uns kms mais à frente acabámos por parar num café já conhecido onde, além da lampreia, havia pelo menos dois fartos motivos de interesse. A subida anterior deve ter sido bem desgastante pois mal abordámos a primeira ninharia com inclinação positiva ambos nos queixámos de pernas que pareciam coladas. Mais à frente tivemos também o primeiro troço de calhau e mau caminho, um “must” nas últimas saídas. Talvez por isso, ou talvez por azar, ou ainda porque estávamos num local que se chama Caçapedro, tive mais um furo. Descemos para Barral para então abordar a “irmã mais nova”. Colocámos o equipamento de Verão e abordámo-la. Porque a conhecia e porque não estava muito bem tratado dos 5/10% anteriores abordei-a com muita calma e foi com agrado que acedi ao pedido do Daniel para seguir ao seu ritmo. A última coisa que precisava naquele momento era de tentar seguir um tipo 15 anos mais novo e 15 kilos mais leve. Sendo para aí a 4ª vez que a subo sei que nunca vai ser mais fácil mas sei também que, com paciência, mais tarde ou mais cedo acaba. Cheguei a Mixões uns minutos depois do Daniel, que entretanto ia tirando umas fotos à igreja de arquitectura duvidosa, mas cheguei. A descida para as bandas de Terras de Bouro também foi original. A certa altura tal era a inclinação e o estado do piso que julguei que teria de desmontar (se conseguisse travar a bicicleta…). Admirem-se que um dia destes, num acesso de estupidez, alguém se lembre de tentar escalar aquilo. Quase em Terras do Bouro o percurso que havia criado mandava-nos acompanhar a margem direita do Homem. Mesmo em Valdréu divergimos para a direita, apesar da desconfiança do Daniel mas que desta vez não se atrevia a contestar o guia. Estradas novas e agradáveis que nos levaram a cruzar o Homem apenas muitos kms à frente, na Ponte de Rodas, às portas de Caldelas. Por esta altura o meu corpo começava a acusar seriamente o cansaço acumulado e, talvez, a falta de habituação ao calor. Mais uma paragem em Caldelas veio mesmo a calhar. A ligação de Caldelas a Amares é fácil e foi por isso feita a bom ritmo. Faltava decidir o caminho de Amares a casa. O que nos tinha levado a sair de casa estava feito portanto era-me indiferente dali para a frente. A mim não me apetecia subir de Monsul para a Póvoa de Lanhoso, ao Daniel não apetecia subir para a Sobreposta, acabei por sugerir a estrada da Ponte do Porto para Braga, algo que já não fazia há muitos, muitos anos. Não me lembrava bem dos pormenores. Lembrava-me que tinha umas subiditas e uma subida maior depois duma viragem à esquerda. Julguei que há 12 anos atrás, para aí a última vez que tinha lá passado, não estaria em grande forma e que se calhar aquilo até era fácil. Se é realmente fácil ou não, não sei. O que sei é que estava tão cansado… “Sentei-me” na roda do Daniel, pedi-lhe desculpa e disse para não contar muito mais comigo para trabalhar na frente. Atravessámos Braga, apanhámos a estrada de Guimarães mas propus ao Daniel separar-me dele. Ele iria pelas Taipas e eu por S. Cosme. Na verdade o que queria era ficar sozinho e, se me apetecesse, dormir numa valeta. Pensei ainda que depois do furo tinha ficado sem câmara de reserva e que podia furar e ter de pedir resgate. Mas logo deduzi que nunca iria furar. Seria necessária muita sorte para arranjar essa excelente desculpa para ser resgatado. Assim conformei-me em parar numa estação de serviço para beber um guaraná, cerrar os dentes e cumprir os kms restantes até casa. Pousei a bicicleta e sentei-me nas escadas a gemer. Tomei um banho e sentei-me um pouco, passados instantes dormia. Cheguei à conclusão que me tinham sido delapidadas as forças. No dia seguinte, Sábado, peguei na BTT para tentar fazer uma volta de recuperação. O ritmo a subir era digno duma senhora na 3ª idade. Já há uns tempos que uma volta não me deixava assim desgastado. Ou seja, tinha cumprido um objectivo: empenar com distinção. PS: acabei por escrever mais que o que planeava."
 
 
 

Já no passado sábado foi dia de ir ao Tomaz apanhar a bebedeira anual que serve de preparativo para as festas pascais!! De manhã fui andar com o Hugo e o Paulo Yuri  numa volta que nos deixou bem empenados mas com muito apetite e sede acima de tudo. Foi um dia bem passado :)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Regresso do Manicómio

A meio da semana havia tido uma conversa privada com o Pedro Indy e chegamos à conclusão que tinhamos a mesma ideia para uma volta. Ao que parece era tudo em comum, coisa pouco habitual entre nós, pois por norma ou vamos pela ideia de um ou de outro. Assim pelo menos não havia aquela situação de dizer que "...se eu sabia..."
O Freitas mostrou-se disponível para o dia todo e por isso alinhou juntamente com o Tico que ficou até à ultima a tentar decidir se queria empenar ou não, visto que à saída de casa já antecipava o que lhe esperava!
Mais uma vez o dia não prometia ser muito quente e o vento fazia sentir-se, como em toda a semana aliás, e decisão pela roupa a escolher foi difícil. Optei por ir quente já que da ultima vez tinha sofrido um bocado e não estava pra pedir roupa a ninguém!

O caminho traçado levava-nos até Ponte de Lima pela dita estrada normal, mas até lá tivemos direito a uma peripécia. Duas pra dizer verdade! A primeira é que bem antes de Braga o Pedro teve um furo. Vamos a ver e o pneu estava gasto, ou como diz o Freitas, "já tinha barba". À uns dias tinha sido o Hugo que tinha saído de casa com um pneu todo "barbudo" e agora era este sr!! Só tive pena do homem e da situação porque ele alegou que tinha metido o dito à pouco tempo e imaginava que tivesse garantia de dois anos por isso havia de durar esse mesmo tempo. Resolvida a situação fomos ao ritmo que o vento deixava, com uma paragem numa loja pra comprar uma borracha nova, mas sem sucesso! Seguimos sem medo, alguém havia de nos resgatar.
Passamos Ponte de Lima e começamos a subir em direcção a Valença na N201. O vento estava a fazer das suas e para manter uma velocidade acima de 15klm's hora não era fácil mas prevaleceu o trabalho de grupo e conseguimos vencer o obstáculo que termina com a passagem por cima da A3! Entretanto começamos a descer e o Pedro sugeriu ir visitar a casa onde havia vivido Aquilino Ribeiro. Não havia nada de interessante por lá, parecia mais uma casa velha e mal estimada apesar da história que carregava. Com surpresa o único habitante lá era um cavalo bem bonito que se alimentava das ervas existentes no local.
Durante longos klm's a estrada foi rompendo as pernas e cruzando os famosos Caminhos de Santiago. O Freitas ainda sugeriu uma paragem para comer uma sandes de presunto mas foi rejeitada por maioria. Dali até termos a hipótese de comer alguma coisa passaram mais duas horas!

Em Gondim finalmente saímos de uma nacional para nos dedicar-mos às municipais! O piso mudou logo para uns metros de paralelo de boa qualidade, mas serviu logo para comissão de boas festas.
Mais uma viragem à esquerda e estávamos no interesse do dia. Uma subida sugerida pelo David Almeida que é da zona e vai descobrindo uns petiscos! O zig zag da subida chamou-nos à atenção e até testarmos não iríamos descansar.
A temperatura subiu bastante e durante uns klm's fomos a ferver por lá fora!
A subida não tinha partes muito duras, mas tinha este e aquele gancho que nos faziam levantar o rabo porque tinha mesmo de ser. Aos poucos fomos ficando espalhados pela estrada, o Tico claramente em dia não vinha resignado/arrependido/desgraçado com o esforço que estava a fazer! Desta vez tive pena dele, notava-se um esforço extra e já não conseguiu andar de pau do ar todo o dia como havia conseguido à umas semanas.
O Indy vinha mais atento aos buracos e ao seu pneu barbudo do que própriamente à dureza da subida. Ainda assim sugeriu uma subida extra à capela de São Silvestre.
Aqui quase no final da subida, mas com o Freitas atrás de mim que é lá o seu lugar!!
Os locais pensavam que era um miradouro, mas afinal aquilo tem uma capela, diria eu que são duas até mas é preciso um esforço bom para lá chegar. Aquele quilómetro raramente baixa dos 10%.
Umas fotografias e um lamber de feridas do que tínhamos para trás e o que nos esperava.
Mais uma vez tinha o trabalho de casa feito e havia reparado em algo que nos traria uma bons momentos de risada!
Um antigo sanatório serviu durante longos minutos para nos alegrar e fazer as mais diversas fotografias! Em boa verdade cada um de nós havia de ter passado aqui uns dias...
De regresso à normalidade a estrada trás-nos a Paredes de Coura. Com alguma distracção passamos os cafés e voltamos a ficar isolados na estrada, desta vez em direcção a Arcos de Valdevez pelo bonito parque do Corno do Bico! Uns klm's à frente lá conseguimos fazer uma paragem e comer umas sandes bem servidas. Daí pra frente foi sempre a dar ao pedal durante muito tempo até aos Arcos, na maioria a estrada era descendente.
Depois não há muita história para contar. Se fosse em dia longo, muito longo, ainda tomaríamos outro caminho para casa, mas como a hora ainda era normal seguimos para Ponte da Barca, Portela de Vade, Prado, Braga, Taipas e finalmente estaríamos em casa com mais de 200klm's feitos e um acumulado superior a 3700D+.
Finalmente o corpo começa a gostar mais de novo dos números mais apetitosos e redondos!
Nota ainda para o Paulo Porfirio e o Alexandre Carmo que se juntaram a nós perto de Braga e nos desgastaram até casa.
Quase me esquecia. O pneu aguentou o resto do dia e o Tico afinal não empenou assim tanto como era esperado!!!


quarta-feira, 18 de março de 2015

Centro de massagens no Alvão

Agora deu-me para ir jogar à bola de quando em vez e esse tipo de desporto vai dando cabo das minhas pernas pouco habituadas a corridas, quanto mais rápidas.
No meio destas corridas há tempo para projectar o fim de semana, no que à bicicleta diz respeito, e eis que o Pedro surge com umas fotos violentas para uma empreitada no sábado! Algumas das fotos eram parecidas com umas que o André(Duchene) tinha publicado aquando de uma volta de sua autoria no fim do verão passado.
A ideia era tentadora mas pareceu-me logo que seria demasiado para a altura do ano em que estamos, dias curtos, alvoradas frias e um pôr do sol normalmente bastante frio! Estavam reunidas as condições para dar uns choques térmicos ao corpo...

Às 8:30h lá me encontrava à espera do Tico e do Pedro, para depois nos juntarmos ao Hugo. Todos se atrasaram um bocado mas também não fiz caso, muito menos me importei. Confesso que na sexta à noite estava completamente cansado do corpo todo, especialmente das pernas e até descer umas escadas me custava, saí de casa com aquele pensamento "que é que eu vou fazer, estava tão bem a descansar"... Ainda por cima estava frio e eu só com uns pedaços de licra vestidos! Vamos ver no que isto vai dar.
À chegada a Guimarães já o vento nos incomodava e à saída da cidade resolvemos ir pela pista de cicloturismo já que é mais abrigada do vento! A chegada a Fafe faz-se num ritmo calmo e apenas a contemplar as vistas ao "material" que por lá caminhava. Tínhamos como direcção a vila do Arco de Baúlhe e para lá chegar havia que transpor a Lameira. Normalmente a ritmo certo faz-se bem a subida, mas com a ventania que se fazia sentir custou imenso chegar ao topo e a longa descida até ao Arco não foi diferente! O frio dá-me sempre vontade de andar a lamber os lábios, devo ser como os outros diga-se, e normalmente a respectiva bisnaga de creme labial acompanha-me sempre mas desta vez tinha ficado em casa. Como tinha ganho algum tempo na descida resolvi ir à farmácia local comprar um creme, quando eles chegaram já me besuntava com alegria, menos um problema.

Aproveitamos para tomar um café, coisa rápida, mais para aquecer um pouco já que os cerca de 10º não eram suficientes para nos manter confortáveis! Apartir daqui a estrada rolaria um pouco até Cavez para depois nos fazer subir até Ribeira de Pena. Era a primeira vez que aqui passava! A subida é calma, sem inclinações dignas, dá para fazer a passo certo e foi isso mesmo que fizemos. Nada de entrar em excessos porque o chip de longa distancia tem de estar sempre activo! 
Chegamos a Ribeira de Pena, à uns anos que lá não ia e ultima vez foi numa volta de btt que me levou a terras do Barroso, saudosamente admirei a vila de cima enquanto eles seguiram estrada abaixo. Se até aqui doeu, muito por culpa da metereologia, apartir daqui ia complicar! O Tico apesar de ser o que aparenta uma forma física pior, tem sempre um dado a seu favor. Nunca sabe para onde vai e se sabe é ao engano claramente! Hoje tínhamos um motivo para esperar por ele, ele ostentava o seu pau e mostrava-nos como ele crescia sem grande esforço fazendo uso dele em qualquer altura, mesmo a subir quando o esforço se devia direccionar para outras coisas. É um orgulho ter alguém assim que nos vai mostrando toda a sua experiência na arte de filmar eventos!

Logo que a civilização termina dá-se o fim da estrada. Apesar das fotos, pensei que aquilo já tinha sido alcatroado, mas ninguém se sentiu amedontrado com tal situação e todos prosseguiram, cada um com o seu cuidado para não estragar um pneu. Tão longe de casa todo o cuidado é pouco!
O estradão durou cerca de 3klm's e termina à entrada de Pielas, localidade mais abaixo da estrada que nos encontrávamos. Daqui pra frente o alcatrão enrolou e a subida começou a ser aquilo que eu não gosto, uma rampa e um descanso. Mais uma rampa e mais um descanso, um regalo para as as pretensões de empenar! Apesar da subida ser inconstante íamos regalados com o que a vista alcançava!
Uns klm's à frente surge uma viragem à direita, para um caminho a que lhe chamam "estrada".
Era em definitivo aquilo que o André tinha descrito, pedras atiradas para o chão com um nível de assentamento muito baixo. Salvou-se que estes longos klms disto nunca foram inclinados o suficiente para nos fazer dizer mal da vida! 
Eu, no que a mim me diz respeito, fui brincando com aquilo fazendo manobras de diversão e fazendo um relato como se de uma corrida se trata-se. Na foto em baixo nota-se o ataque desferido contra o Tico em que ele nem respondeu :)
Vou dando por bem empregue o capital investido na compra da actual bicicleta pois nestes terrenos nota-se claramente um conforto extra e nos deixa prosseguir sempre sentados sem ter de fazer uns alívios da próstata como o Pedro demonstra aqui:
A subida termina. O Hugo seguia mais à frente um bocado, enquanto nós nos deliciávamos com a longa recta no mesmo piso que terminava mesmo na entrada da aldeia de Cabanas! 
O Alvão mais uma vez estava a mostrar a sua dureza. Nós sempre respeitamos a montanha, talvez por isso escolhemos um ritmo sempre mais ou menos parecido para estas etapas, pois tudo o que se abusa vai pagar-se quando menos esperamos. Andar para longe em cima de duas rodas sem motor, há-de ser sempre muito mais que apenas fazer rodar os pedais e no fim contar aos amigos a média feita.

No fim da aldeia abastecemos os bidons de água e prosseguimos passando junto à Barragem da Falperra, ainda à uns meses havíamos passado aqui os 4 mas montados com rodas mais grossas e escoltados pelos irmãos Favaios. Logo à frente no cruzamento viramos à direita na N206! Estávamos de regresso à civilização e por isso mesmo fomos abastecer num café em Paredes do Alvão. O frio tinha tomado conta de mim, eu que normalmente tomo sempre bem conta da roupa que escolho desta vez tinha vindo mais à campeão e estava a pagar a fava, salvou-me o Tico que trazia um casaco num bolso e me deu para o resto do dia, até casa não mais o larguei. De manhã, em tom de gozo, tinha-lhe perguntado se ia equipado para a neve...
Fomos servidos com umas boas sandes, cerveja e outros componentes com cafeína afim de arrebitar-mos um pouco. Penso que seriam cerca de 14h e o plano traçado estava em causa, em boa hora o bom senso tomou conta de nós e resolvemos fazer o o percurso para Mondim de Basto, Celorico, Arnoia, Felgueiras, Vizela e por fim casa. A parte mais complicada do percurso que referi foi mesmo a subida até Arnoia já que o sol começava a fugir e as pernas aclamavam por descanso a cada pedalada!

Gosto de cumprir o planeado, mas ainda assim não ficaram créditos por gastar ou energias por utilizar. Cheguei a casa cansado como à muito não acontecia, a futebolada e os klm's passados com um constante aquece e arrefece trouxeram uma valente dor de pernas que ontem(3ªf) ainda se fazia sentir! Que dia em cima da bicicleta... Quase 11h depois estava em casa com mais vontade de dormir do que tentar entrar na banheira para um banho! É duro para o corpo, para os adeptos dos "treinos" isto é do pior pois o corpo ressente-se ao longo de dias e estraga-se mais do que se conquista, mas para mim que estou-me marimbando para isso é um dia fantástico que fica na memória com amigos e umas bicicletas.
Durante o dia o Pedro Indy foi fazendo uma reportagem que podem ver aqui, está muito engraçado:

segunda-feira, 2 de março de 2015

Só pra não esquecer...

Não me apetece escrever muito, apenas quero que fique registada esta clássica que fiz com o Vitor Freitas,  o Paulo Porfirio e o Alexandre do Carmo.
Uma tarde bem passada num misto de paralelos, estradas em obras, alcatrão de boa qualidade, caminhos de terra batida e chuva à mistura! Bela maneira de fazer 100klm's...



Já ontem foi de btt com o Paulo e o Cristiano. Mais uma vez lama até dizer chega numa visita a São Miguel o Anjo, Sra da Saúde, Pedreiras de Airão e Santa Tecla! Até parece que foi rápido, e foi...


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

"...Não aperteis as bolas senão doi..."

Poderia ser outra frase qualquer, até podia ser um título mais curto mas não. Esta foi a frase que nos ficou na ideia todo o dia e obviamente tirada fora do contexto parece outra coisa, contudo o que o Óscar queria dizer é que as bolas de neve apertadas fazem doer mais.
 
A mini jornada começou com uma ideia já na sexta de ir ver a neve que sabíamos ter caído na Serra da Cabreira. Como andamos todos assim gripados dos motores e das pernas também a escolha para o arranque recaiu sobre Salamonde, daí iríamos subir até onde desse com a navegação por caminhos já conhecidos sem inventar muito.
À uns anos tinha pedalado a nevar no Marão e disse nunca mais. Em 2013 reavivei a memória com uma pequena volta na Serra do Alvão em que tinha nevado e estava um belo dia de sol tendo ficado com a mente mais aberta para estas condições climatéricas. Agora íamos com a ideia que não era para fazer muitos klm's e seriamos sensatos quanto a arriscar contra a natureza! Como fomos respeitadores ela concedeu-nos uma bela volta e deu-nos de troco muitas boas imagens.
Seriam quase 10h quando arrancamos fazendo o aquecimento estrada fora, com um atalho sugerido por mim, que nos fez caminhar uns metros mas que fez o essencial. Ganhar altitude rápido :D
E que rapidez que foi, ficamos bem quentes e à chegada ao cruzamento de Zebral íamos sem frio algum! Entretanto viramos para uns caminhos mais técnicos que fizeram com que fossemos exibindo a técnica de subida ao longo de vários klm's!
Aqui o Tico a juntar-se à palhaçada com a neve.
Foto do Pedro Ribeiro(Indy) já na descida até Zebral.
Pedro Alves a jogar à bola, contudo esta bola não estava bem apertadinha a pedido do Óscar!
À medida que ganhava-mos altitude as condições iam piorando, mas nada que nos fizesse tremer de frio ou nos fosse deixando apreensivos. Foi pedalar e brincar para aquecer até ao topo da serra, no conhecido Talefe!
Aqui o Leonardo Maia num local que pensávamos ser o ponto mais alto, salvou-nos o gps do engano na identificação do local!
Esta foto do Óscar comprova a subida ao alto da Cabreira, local onde ficamos breves minutos e daí para baixo foi sempre a dar ao pedal até regressar aos carros para manter-mos a temperatura dentro do possível!
A aventura foi produtiva em termos de fotos, vídeos e recordações. Desta feita como foram "apenas" 40klm's de aventura resumi um pouco a manhã/principio da tarde para não matar tanto os olhos aos leitores :)
Ficam aqui alguns link's para se entreterem mais um pouco:
A famosa entrevista---- Dia da consulta em Fevereiro
Mais fotos---- Fotos do Pedro Ribeiro
Vídeo feito por mim----- Neve na Cabreira 2015
Palhaçadas----- Palhaçadas by Indy
Vídeo do Tico: Neve 1
E outro do Indy---- Snow??
 
É tudo, por agora :D

sábado, 10 de janeiro de 2015

O terror da Meijoadela

O ano de 2014 terminou da melhor maneira no que diz respeito às bicicletas, respectivas voltas e também no que aos amigos diz que respeito. Muitas foram as histórias que poderia ter relatado aqui mas nem sempre foi possível fazer o gosto aos dedos, contudo as voltas de maior destaque ficaram documentadas! Durante 2014 o btt foi um pouco posto de parte, sendo que na parte final do ano, foi mesmo uma carta fora do baralho porque as costas não andavam a gostar da pancadaria sentida. Neste ano vou tentar contornar mais um pouco a situação na medida do possível sendo que irei dar preferência à qualidade dos percursos ou ideias, ao invés da quantidade de klm's percorridos. Nunca pedalei para mostrar um número respeitável senão iria optar pelas estradas movimentadas e planas, mas é certo que muitas vezes se escolhe a via "x" ou "y" porque dá uma volta maior sem matar muito as pernas. Ideias e planos tenho vários, daqui a 12 meses sabei como correu :)
 
Fica aqui uma das ultimas fotos de 2014 que foi tirada durante um momento de curtição com os amigos!
 
Logo nos primeiros dias do ano surge uma ideia de ir para a Serra da Peneda mas por diversos motivos não daria para eu fazer companhia ao Tico e ao Indy nessa degustação de calhaus. Estaria então por conta própria para o fim de semana e em cima do joelho rabisquei uma volta de estrada! À muito que tinha um pionés no google earth numa estrada que me parecia ter inclinações acima da média mas levaria até um ponto que eu gostava perto de Moscoso, que por sinal tem muitas vias para lá chegar, mas aquela marca estava lá por algo especial e devia ser pela dificuldade está claro. Na sexta à noite faço o traço final ao mesmo tempo que o Freitas se apresentava disponível para seguir, assim como o Hugo que é mais fiel à ideia de empenar que eu próprio.
À hora marcada eu estava pronto para arrancar, já o Freitas e seus habituais atrasos não seguiam a minha pontualidade britânica, nada que meia hora ao sol à seca não tenham resolvido. Pelo menos aqueci-me neste dia gelado!
Seguimos em direcção a Guimarães apanhando o Hugo para se juntar a nós, ele que também esteve meia hora ao sol a aquecer-se, e daí rumamos por Fafe até ao alto da Lameira. O ritmo imposto era abaixo do que habitualmente a gente podia seguir mas eu não estava muito confortável e na paragem num fontanário reparei que as minhas fitas do capacete já seguiam da cor do papel, aí apercebi-me que não ia ter um bom dia. Os excessos da época festiva iriam ser pagos naquele dia frio de Janeiro! Calmamente prosseguimos até ao Arco do Baúlhe onde acolhi de bom grado a ideia de parar num café para aquecer um pouco depois daqueles longos klm's de descida.
À saída da vila não tardou muito até o pavimento mudar de figura:
Duvidava um pouco se a estrada à saída de Leiradas teria recebido asfalto mas não tardaria muito para perceber isso. Carinhosamente no final da aldeia uma bela estrada nos aguardava para nos levar até Portela de Asnela e aí viramos à direita em direcção à ponte de Vilela que faria a recepção à imparável subida sem descanso que nos daria que fazer durante quase uma hora!
Enquanto tirava umas fotos os meus companheiros seguiam sozinhos, pelo menos não os fui a ouvir resmungar com quem rabiscou por ali a estrada. Daqui para a frente as zonas abaixo de 10% são inexistentes, ao que se pode juntar este piso delicioso para um Mercedes! Eu como já vinha maltratado de casa prossegui ao meu ritmo degustando cada pedaço da estrada e da sua envolvencia. O factor empeno levou-me a pensar que era melhor ir devagar do que ir atrás dos mais potentes, afinal e depois do que vi, duvido que volte a passar aqui(pelo menos que eu saiba antecipadamente).

Ali no topinho os meus companheiros aguardavam por mim. Quando cheguei vi o Freitas com algo na mão, ao primeiro pensei em proteger-me, depois vi que era o telemóvel e fechei o capo para uma fotografia! Eu penei em algumas partes da subida e não esperava que tivessem palavras bonitas para me dirigir apesar de notoriamente terem feito aquilo com menos esforço que eu. Além da foto tirada fui recebido com um sempre gostoso "vai pró c@r@lh... Kézia..."
Agora a ideia seria contornar Moscoso e suas estradas pavimentas por dejectos animais e prosseguir em direcção a Salto. Pelo caminho uma descida bonita fez-nos as delicias, assim como uma paragem para encher água! Eu que sou um poupadinho arrumei com um bidon de água só naqueles 7klm's e mais houvesse...
Dúvidas não tinha, estava num local magnifico, não admira que o Indy queira viver aqui quando se reformar. Até lá ainda vamos explorar bem isto e visitar a cada estação do ano! No local da foto seguinte no passado ano passei na primavera com neve na companhia dos amigos BttPinoco, no outono com o Team Empreitadas S.A e agora em pleno inverno. Paisagem sempre diferente, sempre fantástica!
Até Salto nada de novo, usei a estrada R311 até à vila onde a gente se sentou numa padaria a repor energias para o regresso! O Paulo Profirio tinha-se libertado dos seus afazeres e disse que vinha ao nosso encontro para nos ajudar(lixar mais) no regresso a casa...
No arranque surgiu a ideia de apanhar logo a N103 até casa mas o risco mandava pelas minas da Borralha e foi por lá mesmo que fomos. Um pouco mais à frente numa pedra perdida na estrada furei, problema tratado com rapidez mas que não deixou de ser um aviso para irmos sempre atentos à estrada.
Mais uma subidita ou outra até Linharelhos e estaríamos a descer por Lamalonga até à N103.
Até casa não há muito para contar, apenas o ritmo controlado para não haver chamadas para o reboque. Entretanto o Paulo encontrou-se connosco e trazia o Alexandre, o novo brasileiro, que nos fizeram companhia e se riam no estado vegetativo :D
Para as contas ficam uns ricos 170klm's que nos deram um bom entretimento ao longo de 3200D+ no meio de uma pedreira... https://www.strava.com/activities/236183352