sábado, 26 de maio de 2012

GO120 O Veredito...

À muito que ouvia falar deste tipo de empenos mas nunca me tinha submetido a eles por falta de companhia...Ultimamente habituei-me à solidão do alcatrão e então resolvi que seria este ano! Nunca tinha feito tantos klm's de btt num só dia, com este tipo de terrenos e acumulado. Só o pensamento positivo me fez levantar da cama para me ir até Ponte de Lima.
Como parece que é hábito nas organizações da malta do Searatrilhos o dia tem de calhar num bem chuvoso. A tradição cumpriu-se!

Cheguei cedo ao local de arranque, fiquei surpreendido logo com um "anda buscar o dorsal"....Isto era de borla supostamente! Parece que foi mesmo sem custos...O verdadeiro passeio SCUT mas com brindes e direito a reforço pelo caminho! Continuando... Estava pronto para partir ainda faltavam 10minutos para as 8h da manhã e resolvi seguir caminho!
Segui então pela Ecovia do Lima até à vila onde parei para tomar um café para acordar bem!
Comecei então a andar ao meu ritmo, por alguns caminhos de Santiago onde me cruzei com alguns peregrinos e lhes desejei o "bon camino"...Segui até cruzar a estrada perto de Refoios do Lima e onde o caminho começou a subir! Subir e a chover forte.... Vesti o impermeável!
Tinha feito o trabalho de casa e vi que isto ia ser duro nos primeiros klm's....Custou um pouco levar assim com um grau de inclinação logo a começar, mas fiz nas calmas e saí vivo de lá!
Entretanto começo a descer e vejo uma casa/palacete bem amarela no meio de tanto verde..Chama-se a este tipo de pintura "enquadramento paisagistico".
Depois de rolar um pouco entra-se numa das partes mais belas do percurso, o Corno do Bico.
Floresta bem preservada e com um silêncio incrível que me trouxe muito sossego aos pensamentos.
Para quem não conhecia, como era o meu caso, aqueles bocadinhos de país são lindos. É a frescura do Gerês e o verde das coníferas do Marão tudo num só.
Pelo meio ainda uma surpresa. A organização a oferecer água, fruta e boa disposição! Estavam um bocado perdidos para montar a tenda, mas uma curta conversa deu para ajudar um pouco a localizar-los no sitio correcto.

Em Vascões cruza-se a estrada e faz-se um pouco de alcatrão para aliviar a carga das pernas.
O terreno continuava mais ou menos descendente até Cenoi onde uma subida durinha fez-me lembrar para que trouxe as duas pernas! Foi sempre a subir passando pela Cooperativa da Boulhosa até ao topo da serra...(gostava de saber o nome)....
Aqui começo a descer a grande velocidade até entrar de novo nos maus caminhos. Pouco depois parei, um furo! Encontrar a bomba, atestar o pneu a ver se resolvia o assunto e segui viagem.
Depois de passar a parte mais dura com bastante pedra solta passei a estrada já perto de Paredes de Coura onde comecei a subir de novo a Capela da Senhora da Purificação. Era em alcatrão e bem inclinado, foi feita a custo! Depois entrou em terreno mole mas continuou a subir até perto dos 650m's de altitude.
Entretanto ia passando por uns caminhantes, cheiro-me a peregrinos. Não me enganei, estava a fazer o Caminho mas ao contrário pela Serra da Labruja. Nova surpresa, mais um reforço!
Quando tinha visto no track em casa "água" pensei que fossem bicas, afinal eram garrafões. Aqui parei e comi uma maça para além de conviver um pouco! Trocavam-se impressões sobre a dureza...Confirmo!
Desço, passo pelo viaduto da A3 e sou ultrapassado pelo pessoal do TrilhosBike que fui mais ou menos encontrando durante o resto da viagem devido aos enganos deles na navegação!
Aqui começava o rompe pernas pois o estradão que serpenteava o monte tinha uma inclinação enganadora mas fui encontrando um ritmo certo para levar aquilo da melhor maneira. Já me cheirava à Serra de Agra...
Passei mesmo de fininho por ela e pela capela de Santa Justa. Virei à esquerda por uma descida rápida que me levaria a Estorãos.
Depois foi sempre a rolar por caminhos rurais e caminhos agrícolas, passei por Sá e Cabrão...(é o nome de uma terra, Cabrão)...Ohhh God!
Estava a chegar ao local onde haviam os banhos. Quando lá cheguei estavam já os colegas que referi à pouco a lamber feridas. Fizeram o favor e tiraram-me uma foto e eu segui para o meu carro que estava no ponto de partida.
Cheguei...Estava contente e com um empeno nas pernas daqueles que fazem jus ao nome! Tinha sido o quarto a chegar ao final com tudo feito, foi um bom acréscimo de moral!
Adorei o caminho escolhido, foi fantástico mesmo... Percebi a mente destes amigos! Enternecem-nos com paisagens à maneira e distraem-nos com subidas duras e longas...Bem pensado!
Espero que continuem a fazer estas "empreitadas" que certamente foi do agrado de todos. 
Aos SearaTrilhos muito e muito obrigado pela fruta que me deram, água e um sorriso durante o meu esforço.


Podem ver aqui o registo total de como se leva um treino por querer : GO120

domingo, 20 de maio de 2012

Tour on the rocks!!

Este foi o titulo escolhido pelo Jorge para esta "operação", como se diz na televisão sobre os jogos de futebol. O local escolhido foi a Serra da Peneda já por nós visitada apartir do mesmo local em 2009.
Muitos klm's depois e com outra experiência adquirida voltamos lá para verificar se as pedras ainda se encontravam no mesmo sitio mas desta vez com 17 Kézias!
A expectativa criada foi bastante sobretudo com os avisos da dureza que aqueles terrenos trazem aos nossos corpos e que poderiam trazer a palavra "empeno" ao mais preparado! A previsão seriam 75klm's com 3400m's acumulado. Havia também um plano B para o caso de algo acontecer! Sendo assim arrancamos de Cabreiro perto das 9h depois de andarmos um pouco às voltas para lá chegar devido às obras nas estradas.

O percurso começava com cerca de 6klm's de alcatrão a subir para aquecimento das pernas em direcção a Lordelo, passado pela capela da Senhora das Necessidades. No topo virávamos à esquerda para o estradão que nos levaria a locais de excelência como vão puder ver.
Devido ao grupo ser numeroso marcamos alguns pontos para ir reagrupando tornando mais fácil o controlo das horas e do cansaço de alguns, que não se veio a registar.
Tínhamos marcado um primeiro reagrupar neste ponto da subida, o local é maravilhoso para um piquenique mas desta vez foi só para um pequeno reforço ao estômago que fizemos. Neste passeio tive que ir fazendo de bicicleta vassoura, muito por culpa de um erro meu ao colocar o track no gps que me deixou sem o track acidentalmente e confinado aos últimos lugares de castigo.
Depois de arrancarmos estávamos já perto dos 1300m's altitude quando a chuva nos começou a fazer companhia... "Isto estava a correr demasiado bem" era o pensamento que invadia as nossas refrescadas mentes! Contudo conseguíamos avistar algumas clareiras de sol que nos davam algumas esperanças e também belas imagens.
Quando cruzávamos a Nascente do Rio Vez começava a cair granizo e trazia-nos um semblante triste aos nossos rostos pois estaríamos nuns dos pontos piores para isso acontecer. Foi um pouco custoso fazer a descida até São Bento do Cando, passando antes pela branda do Couto do Penedo.
Lembrava-me aqui e comentava com o Silva que no passado este local estava completamente queimado, mas mesmo assim passado 3anos ainda havia restos negros na paisagem...Apesar de ainda estar em convalescença a natureza recuperou bem!
À passagem por São Bento do Cando fomos lambendo feridas e aquecendo o corpo como podíamos...
Para aquecer nada melhor que uma subida até ao entroncamento em Gave onde paramos para fazer uma refeição um pouco maior. Ao estar parados aquele bocado de tempo o frio estava a consumir-nos o pouco calor conseguido com a subida, pelo que não conseguimos estar ali muito tempo. O vento também fazia das suas....
Voltamos à estrada e à passagem pela Bouça dos Homens a chuva regressou, com ela vinha o vento que trazia à sua frente cerca de 5graus de temperatura. Ficou insuportável  pedalar com aquele tempo e após uma breve conversa decidimos que seria penoso cumprir o objectivo de ir à Senhora da Peneda e para além de penoso era arriscado porque a pedra molhada concerteza ia trazer alguma necessidade de curativos. Prevaleceu o juízo e seguimos o plano B por um trilho novo para nós e que para quem o projectou era um misto de desconfiança e de confiança no mesmo!
Começamos então a pedalar até encontrar o novo caminho que passava pela represa de Lamas, mais um local muito bonito.
Ao longe avistávamos e imaginávamos a quantidade de chuva que estaria a cair....Já não me sentia com o gosto amargo em não seguir até à Sra da Peneda!
Entretanto ao passar na capela da Sra da Guia avistamos um café e não podia ter vindo em melhor hora, servindo para nos aquecer a alma e o corpo com um café e algum calor da lareira.
Voltamos ao trilho descendo até cruzar o Rio Vez....Encontramos uma branda com casas completamente restauradas em que ficamos algum tempo a admirar as obras e a perguntar-nos de quem seriam tais casas e se as poderíamos utilizar se um dia quiséssemos, mas como não havia transeuntes não conseguimos esclarecer as duvidas!
O carreiro parecia ser bem giro e rolante. De vez em quando tínhamos uns portões para abrir e seguir caminho....Outras vezes as fechaduras eram demasiado complicadas que usávamos outras opções.
Depois o caminho complicou um pouco...
Depois um pouco mais....
Ao fim de meia hora de caminhada parei e informei os presentes que tinham cerca de 15minutos para me bater e que eu não ia oferecer resistência! Foi-me dito que estavam a gostar da caminhada e que ia sair impune desta vez! Algumas vozes diziam ainda que durante a semana andaram a treinar 50% de bike e outro tanto de caminhada...
A certo ponto o trilho mudou. Começamos a descer e conseguimos ir montados durante imenso tempo!
Cada um aplicava a técnica como podia durante a descida. Era mais ou menos ao estilo salve-se quem puder....
Passamos por Porta Cova onde estivemos um pouco a conversar com as gentes locais e que nos contaram como era dura a vida aqui! Durante algum tempo falavamos sobre as marcas nas pedras que pareciam ser de carros de bois. Uns apoiavam a tese, outros desconfiavam! Confirmou-se isto com as conversas que fomos tendo com as pessoas. É incrível a força que o gado tem para puxar as carroças por aqueles encostas de pedra íngremes como tudo!
Mais um paragem, desta vez em Padrão onde encontramos o pequeno Leandro e sua avó que nos ofereceu um pouco do vinho que é feito lá na aldeia.
Estivemos mais de meia hora na conversa e a beber pois claro... A avó do Leandro não parava de encher a caneca e nós também não fizemos a desfeita!
Foi excelente este bocado de convívio que tivemos aqui...Quantas e quantas vezes passamos num local qualquer e mandamos uma boquita para o ar a pedir uma pinguinha de vinho e só obtemos uma fraca resposta, por aqui pode-se ver um pouco da bondade destas pessoas tantas vezes roubadas e assaltadas por pessoas com más intenções! Há, quem não dá vinho não é má pessoa claro....
Ao Leandro, que sei que ele vai ler isto, vê se estudas amigo e deixa as três namoradas da escola para depois ok :) Gostamos muito de falar contigo!
Depois de uma descida e uns klm's de alcatrão de Sistelo até Cabreiro feitos a todo o gás para gastar a energia acumulada chegamos aos carros colocados junto à igreja!

Tínhamos trazido a refeição de casa que se começou a cozinhar logo de seguida!
Da ementa constava um arroz de cabidela preparado pelo Hugo e churrasco que foi preparado pelo Cristiano com a contribuição do César. Havia ainda o vinho que o João ofereceu...Para sobremesa havia ainda bolos, pudim e cerejas!
O ambiente estava mesmo à maneira com o João sempre a tratar de manter a malta alegre e de copo cheio e até o sol resolveu fazer-nos companhia durante algum tempo e cada um foi-se servindo e cozinhando o que quis.
Ainda estávamos a meio do jantar e já estavam 6garrafas vazias de vinho...Estes meus amigos são cá uns garganta seca!!
Devo dizer que estava tudo mesmo bom, desde o arroz que o Hugo preparou até às sobremesas que foram comidas dentro da casa de banho da igreja enquanto um chuveiro regava os nossos pratos vazios!
Estávamos mesmo contentes e assim nesse espírito fomos tomar um café ao lado do local e de onde seguimos para nossas casas.
Foi um dia excelente em que me diverti muito e tenho a certeza que toda a gente partilha da mesma ideia. A chuva que caiu foi a parte menos boa mas no fundo foi uma luz que nos iluminou por aquele caminho pedregoso durante valentes klm's e nos trouxe ao carro seguros e sem necessidade de Bétadine! Quando todos ajudam e compreende a palavra "grupo" é tudo bem mais facil.
Daqui deixo um agradecimento ao Hugo, Paulo, Cristiano, Rui, Miguel, Silva, Figueiras, Fontão, Rodrigues, Jorge, João, César, Zé, Martinho, Paulo César, Armindo e claro também agradeço a mim próprio por pertencer a este grupo de amigos que cada vez se revela mais diferente e divertido.
Obrigado a todos! 

Aqui fica o video aluzivo ao "inbento":

terça-feira, 15 de maio de 2012

Teoria do sorriso...

A boca tem milhares de músculos e muitas vezes fazemos expressões que nem fazemos ideia delas...Baseado nisto lembrei-me de criar uma teoria, muito mais evoluída do que a daquele Sr pouco conhecido, um tal de Darwin!!

Acordei de manhã cedo, 8:30h e ao fim de espreguiçar um pouco:
Levantei-me e tomei o pequeno almoço:
Meti um track no gps que me andava a fazer uma certa comichão e saí de casa. Virei para o lado de Riba d'Ave e sou logo presenteado com uma bela de uma subida que me deixou de olhos em bico: 
Depois da subida meti um ritmo relaxado: 
O caminho levou-me por uns campos ao lado do Rio Ave, já estava a ficar enjoado com o cheiro vindo dos animais: 
Depois já pela serra da Agrela umas subiditas começaram a trazer algum suor: 
Depois de cruzar uma ou outra vez a A3 cheguei perto de Santo Tirso, já contava com uns 30klm's. Aproveitei para encher água e comecei a subir até à Assunção. A subida era nova para mim, tive de serrar bem os dentes para subir: 
Alguns caminhos já eram conhecidos à chegada ao alto e aí senti-me mais contente com a descoberta:
Resolvi ir dar a volta à capela, aproveitei que o café estava aberto e bebi uma coca-cola: 
Comecei a descer por onde o percurso me indicava, aquilo era bem inclinado e assustava um bocado: 
Não parava de descer, estava a ficar apreensivo: 
Ora se desci, tinha de subir. A inclinação era puxada, mas no fim da subida ao Monte de Padrão consegui sorrir de alivio: 
Passava então ao parque de Valinhas por onde segui um caminho novo.
Tive de cruzar o Rio Leça por dentro de água, onde molhei os pés mas até soube bem.
Aquilo parecia mesmo uma praia fluvial(mini): 
Depois tive de caminhar um pouco porque o caminho estava destruído. "Vai ser sempre assim", pensei eu...uffff: 
Andava a rondar o Monte de Pilar à um bocado, aquele sol estava mesmo a turrar a pele. Trouxe inclusive um certo bronzeado para casa: 
Depois de fazer uma visita ao seu ponto mais alto, comecei a curtir uns caminhos já conhecidos. A areia dos terrenos secos fazia-me deslizar em muitas curvas: 
Já à um bocado que vinha guiado por mim próprio, decidi continuar o empeno passando por Sanfins. Sempre com as pedreiras a laborar e em grande barulho: 
Mais uma subida ou outra pelo caminho, cruzei Codessos em direcção a Lustosa por onde desci até São Salvador do Campo. Pelo meio tive hipótese de mostrar aos céus como se sai por cima de uma bicicleta com um mortal empranchado. Foi só chapa: 
À chegada à V.I.M. segui para casa com o sol a queimar. Estava a missão cumprida, trazia um sorriso comigo: 
Quando me vi debaixo do chuveiro não queria sair de lá. Passado 10minutos lembrei-me: "Podia ir puxar ferro para o ginásio"....E fui: 
Fica aqui uma bela história contada de uma maneira diferente.
Aos interessados aqui vai o registo dos 84klm's e cerca de 2000m's acumulado: