terça-feira, 7 de maio de 2013

Do Inatel até ao estado da cereja

No domingo passado tinha ficado combinado um empeno patrocinado por mim pelo meu quintal no dia 1Maio. Não era tarefa fácil surpreender o Zé com trilhos novos e se não o fizesse estou certo que durante meses ia ouvir-lo cantar a mesma lenga lenga! Para a empreitada apareceram os dois Figueiras, o Zé e também o Albano...
 
O grupeto começou a subir então por São Tomé em direcção às pedreiras da mourinha sempre num bom ritmo até ao Monte Pilar! Chegamos ao dito monte tão rápido como a velocidade que leram isto... Os velhinhos tinham saído do inatel com força para atacar!
Aqui nem paramos e iniciamos logo uma descida por cima dos penedos, que com mais uma pequena subida pelo meio, nos levou até uma cascata do rio Leça onde paramos para comer.
Enquanto lanchamos tentamos ligar ao Jorge para lhe cantar os parabéns mas ele imaginou que estaríamos à porta de casa dele esfomeados e não quis ser parabenizado. Ficou a intenção e nós com fome! Seguimos para o monte Padrão onde apenas paramos para rir de mais um tombo do Albano que tinha tirado o dia para esmurrar os joelhos. A próxima subida prometia dureza, aliás, está apelidada no strava de "piorio" e fez com que a ligação à Assunção fosse suada! Cheguei a ver uns pezinhos no chão mas diziam eles que eram os pneus que não agarravam.
 Depois da Assunção conquistada descemos pelo meio do parque um pouco às aranhas mas lá chegamos onde eu queria já perto de Burgães! A descida pelo meio do parque é bem bonita e a velocidade faz levantar a folha que está caída dando um som interessante e boas imagens para mais tarde recordar.
Daí até casa houve mais um conjunto de rebuçados, alguns disfarçados por subiditas para desentorpecer os músculos como a gente gosta :D
No fim da volta o saldo era positivo e todos deram o tempo por bem empregue... Os mais cansados e velhotinhos regressaram ao inatel para sessões de termalismo!!!
 
P.S: Velhotinhos é um nome carinhosamente dado aos mais velhos do grupo, mas máquinas de resistência à maneira... Antes quebrar que torcer!
 
 
Na sexta fiz alguns contactos para uma volta na estrada mas estavam todos indisponíveis. Não pensei em adiar a minha ideia, pelo contrario! Deixa-me ir sozinho e se fraquejar ninguém vê :D
O meu plano passava por tentar ir até Cinfães do Douro para avistar a serra de Montemuro que no próximo mês irei visitar num passeio do fórum ciclismo. Até lá chegar muitos klm's teria pela frente e não própriamente planos!
 
Enquanto tomava o pequeno almoço calmamente fui aproveitando para colocar protector solar e fiz-me à estrada já perto da 9h da manhã. É o que mais custa... Sair de casa ainda com um pouco de frio mas sem querer levar mais roupa para não atrancar durante o dia! É um pequeno calvário psicológico no fundo.
Para esse tipo de problemas tenho sempre solução perto de casa. Comecei a subir para Lustosa onde já se consegue aquecer um pouco mas não convinha puxar pelo motor porque ele ainda estava frio! Daí até Penafiel foi um instante e aqui começaria a parte interessante do dia. Uma pequena subida até Vila Cova seguida da descida até Abragão cruzando o Tâmega que ainda se encontra muito sujo, ao contrário do que a foto possa querer parecer. Isto tudo sempre na N320! Ficou prometida uma viagem qualquer no sentido contrário porque a estrada merece.
Deixando o rio para trás voltei de novo ao ritmo de subida. O corpo não estava a colaborar muito pois algumas dores nas costas andam chatear um pouco, mas nada de afligir! Se em algum momento não me sentisse bem logo se veria. Depois de longos klm's acendentes de algum rompe pernas pelo meio avistei a Barragem do Carrapatelo! À muitos anos ouvia falar dela e é certo que não me lembro bem porquê, mas foi um gosto quando a vi... Não demorei muito até deixar a N108 para me deixar levar pelo encantos de mais esta barragem! Não tem a imponência da de Lindoso ou até dos Pisões, mas como só meço 1.75m qualquer coisa com mais de 3metros faz-me sentir pequeno.
Enquanto descia fui olhando em redor e não conseguia avistar facilidades durante os próximos klm's.
Não me enganei... A estrada não mostrou rampas muito bravas mas até Vilar de Arca não deu descanso! À minha esquerda no fundo do vale uma estrada com cara de ser nova ia-me acompanhando e veio ter com a que eu seguia. Ao que estive a ver em casa a tal estrada nem nos mapas aparece ainda!
No fim desta subida roçaria o ponto mais alto(altitude) que ultrapassaria durante o dia, cerca de 600m's.
Não é muito é certo, mas esta viagem ficaria marcada por isso. Altitudes semi-baixas mas com altos rompe pernas! Iniciei a descida até Vista Alegre, o nome diz tudo.
Aqui sentei-me no rail enquanto mastigava uma barrita observando o Montemuro mas sempre de nariz baixo porque estava a ver que para ir até lá tinha mesmo que montar estaleiro mais perto senão fica impossível aproveitar a serra como ela merece. Sair de casa e ir passear para lá será algo a roçar o insano, mas não impossível!
No fim da descida encontrei a N225 que me levaria direito e rapidamente até Castelo de Paiva, mas isso seria muito básico. Tinha desenhado mais um pequeno troço pelo meio da serra ao que juntei mais outro brinde que plagiei ao André Duchene. De mã qualidade não seria de certeza! Continuei descendo sempre ao lado do Rio Paiva que me propocionava boas paisagens até passar perto de Espiunca. Junto ao rio parei de novo para dar ao "gatilho" como se pode ver neste postal :D
Dali até Castelo de Paiva foi quase sempre a andar apenas com interrupções momentâneas para fotografia e encher água que já escasseava. Quando finalmente passava na cidade reparei que precisava de fazer mais um desvio para ter direito a um café decente para fazer a minha primeira paragem digna desse nome já com quase 120klm's! Já estava era a por à prova a minha capacidade de resistir à fome, fome essa que nunca cheguei a ter porque levava comida. Apenas há aquela paragem num café que dá sempre para recuperar um pouco e beber outra coisa que não seja água...
Como eu ia dizendo, o pequeno desvio não me agradou e por isso segui o traço. Mais em baixo reparo que devia ter adormecido no momento que desenhei este risco porque ele levou-me até uma via rápida que à uns tempos tinha passado ao lado com o Indy! Rejeitei a opção seguindo mais um pouco para baixo até que me lembrei que as únicas pontes disponíveis estavam mais abaixo uns klm's... Dei meia volta e subi um bocado. Quando regressei à estrada mais pacata dei uma estalada na cara, só para aprender e não me esquecer deste equivoco!
Passei o Douro usando a ponte mais nova que existe enquanto que os carros me abanavam e me continuavam a lembrar do meu erro! Já me vinha a espumar por uma paragem numa pastelaria mas tinha resolvido fazer o abastecimento junto ás termas de São Vicente onde eu sabia que tinha um sitio com uma montra à maneira e podia satisfazer-me.
Mais uma vez constatei que a mente é uma coisa estranha Sonhava em comer um croissant misto e uma nata! Depois abrandei o sonho deixando o fiambre para trás e a nata ficaria na montra também. Quando me sentei pedi um pão integral com queijo e uma cola-zero!! Arranquei e vinha a sonhar com o sabor da tal nata... Irrrraaa difícil a vida.
 
Com força extra fiz-me à estrada para Paredes sempre com o vento a não facilitar, mas eu também não queria vir a lutar contra ele porque ainda tinha uma subida pra vergar e que me andava a meter algum respeito na cabeça e que nunca tinha pisado de bicicleta! Lembro-me que quando tinha ido à Boneca vinha pela estrada a pensar em não vir por ali. É um pequeno troço que tem mesmo à saída de Paredes em direcção a Paços de Ferreira na N319 e que com o devido respeito ultrapassei com menos dor que a esperada. Até casa não há muito mais história a contar pois o cansaço já vinha a falar mais alto e cada descida era aproveitada para esticar as pernas e as costas!
Foi uma maneira excelente de voltar às empreitadas a solo e o que não nos trás em convívio e analises engraçadas, trás em paz e momentos de relax para dar uso à máquina fotográfica! Desenganem-se os que acham ou podem pensar que foi uma volta a pastar pois os números falam por si já que a minha credibilidade é duvidosa :D

Não sei como quase me passou este pormenor... O titulo! O estado da cereja é neste momento verde e em fase de crescimento ainda por isso qualquer placa na beira da estrada de venda de cereja que afirme ter cereja de Resende por agora é mentira, são importadas!
Mais fotos aqui: https://www.dropbox.com/sh/7rx0tb3niyz37m8/ZNDY1tI0R4
 
Para limpar o sangue calhado e como o tempo não era muito fiz-me de novo à estrada na manhã de domingo para uma volta curta mas bem engraçada visitando a Penha pelo lado da Lapinha e outras subidas mais curtas aqui nas redondezas. http://app.strava.com/activities/52429361
Já os Kézia team na sua maioria foram a banhos para a praia tendo sobrado o Silva, o Hugo e dois Figueiras que fizeram uma incursão pela Santa Tecla na esperança que o Jorge os convida-se para comer algumas sobras de doçaria e fumeiro da sua festa de anos. Coisa que não aconteceu!

1 comentário:

  1. Gosto muito de ler.Gosto muito da natureza. Gosto muito de andar de bicicleta. E este blog é de passagem obrigatória onde está tudo concentrado. Força, continua, tens aqui um leitor assíduo. Abraço

    ResponderEliminar